A transparência e o controle, dos gastos do dinheiro público, é o modelo que deveria ser observado pelos que assumem cargos em quaisquer níveis dos poderes constituídos.


Entretanto, nem todos estão preparados para o difícil mister e, quase sempre, são fascinados pelas luzes do poder, praticando atos de improbidade que não condizem com a importância da função que exercem, esquecendo o compromisso assumido com a população. É de se lamentar, por exemplo, que o Governo Federal não saiba o destino de 17 bilhões e 300 milhões de reais, repassados aos estados, municípios, ONGS e centrais sindicais. Levantamento do Tribunal de Contas da União mostra que, em outubro de 2009, quase 45 mil prestações de contas, sobre dinheiro, aguardavam o exame de órgãos federais. O volume de recursos, sem fiscalização, subiu 30%, em relação a 2008, enquanto que o governo admite que falta estrutura para fiscalizar. Apesar da falta de um controle mais rigoroso na aplicação dos recursos financeiros, o Brasil mantém-se como a oitava economia mundial, o que não foi alterado pela crise econômica, iniciada nos países desenvolvidos.


Fatores como a estabilidade do real e as políticas anticíclicas, bem sucedidas, implementadas pelo governo brasileiro, contribuíram para o resultado positivo. Tanto é verdade que o país passou a ser a segunda economia das Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos, segundo estudo de uma consultoria britânica, divulgado em 29 de março de 2009, pelo Jornal Folha de São Paulo. Resta-nos esperar que os eleitos, em 2010, tenham mais sensibilidade política e adotem como critério a austeridade na aplicação dos recursos financeiros, quer sejam os Governos Federal ou Estaduais. Quem sabe, com a mudança de comportamento, os brasileiros possam ter uma melhor qualidade de vida, com uma maior assistência nas áreas da saúde, educação, moradia, segurança, além do aumento da geração de renda e do número de emprego. Que os políticos contemporâneos possam refletir sobre o que afirmou o escritor Humberto de Campos, no livro Em Sepultando os Meus Mortos, pág. 181, não há coração alegre, quando o estômago está vazio. Infelizmente, depois de tantos anos, a assertiva do escritor maranhense continua atual, porquanto os nossos representantes permanecem insensíveis a tal situação. Portanto, já é hora de os detentores de cargos eletivos assumirem uma atitude mais condizente com a função que exercem. Pelo menos, é o que se pode esperar dos que tiveram a confiança do povo através do sufrágio das urnas.


* Artigo publicado em 09.05.2011 no Jornal O Estado e reproduzido neste site com autorização do autor.

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