Inúmeras pesquisas têm mostrado que o estresse é um dos inimigos da fertilidade. Esse estado não só provoca alterações hormonais que resultam em ovulações irregulares, como pode causar espasmos nas trompas de Falópio (canais que ligam o útero aos ovários), aumentar o número de cistos nos ovários e ainda reduzir a produção de esperma.

Ansiedade, depressão, estresse, raiva, culpa, entre outros sentimentos negativos são comuns diante da dificuldade que alguns casais encontram para engravidar. Dessa forma, a terapia é essencial fisiologicamente e emocionalmente a casais que estão passando por tratamentos de reprodução.

A pressão da família, dos amigos e principalmente do próprio relógio biológico – principalmente para a mulher, que a partir dos 35 anos vê a sua fertilidade decair – são também vilões da fertilidade, que devem ser trabalhados e evitados durante a terapia.

Outro fator que preocupa e deve ser visto com cuidado é a relação abalada do casal que se descobre infértil. Ou seja, no momento em que o casal precisa estar mais unido, é comum ocorrer um distanciamento.

Assim, o primeiro passo para o casal que está buscando ajuda nas técnicas de reprodução assistida está em uma conversa franca entre os dois sobre tudo o que está acontecendo e sobre os sentimentos de cada um.

Esconder emoções como raiva, angústia e ressentimento não é recomendável. Tanto a mulher quanto o homem precisam entender que cada um reage de maneira distinta diante da situação. Falar nesse momento é de extrema importância. No início, o casal chega ao consultório assustado, triste e se culpando por tudo. Mas é interessante ver como isso muda no decorrer do tratamento com a ajuda das sessões de terapia. A cumplicidade e a união do casal voltam a se fortalecer com o tempo. E o casamento ganha outros significados.

Portanto, vale a pena seguir alguns cuidados para superar esse momento sem maiores transtornos:

– Tente identificar seus sentimentos e os divida com pessoas mais próximas. Escrever é sempre um bom exercício para liberar a angústia;

– Não pense que todo mundo irá entender suas necessidades e pensamentos;

– Não precisa fingir ter coragem. Amigos de verdade e parentes vão entender que está enfrentando um momento de fragilidade;

– Pare para analisar suas expectativas em relação aos outros. Nem todos reagem da mesma maneira;

– Cuidado para não descontar sua raiva ou desesperança naquelas pessoas que estão ao seu redor.

André Luiz da Costa –  médico especialista em Reprodução Humana

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