Iniciamos hoje uma série de matérias para renovar a esperança de que dias melhores virão. Por mais desafiadores que esteja sendo este período, queremos destacar aqui na Agência da Boa Notícia as histórias de pessoas que venceram a doença. Diariamente, vamos contar duas histórias de luta e vitória sobre o vírus.

A pandemia transformou a vida de todas as pessoas, principalmente para aqueles que foram contaminados pela Covid-19, que já são mais de 121 milhões de pessoas em todo o mundo.

O que é comum em todos os que compartilharam suas histórias conosco é que além de sintomas físicos, a tensão psicológica e o sofrimento – seja pela doença em si
ou pelo medo – se fez presente. Em muitos casos, lidar com a apreensão e ansiedade foi ainda pior que os desconfortos físicos. Entretanto, passado esse momento de medo, eles esperam poder voltar à vida que levavam antes da pandemia, e seus depoimentos mostram que, apesar das consequências físicas e emocionais, há esperança.

 

Vitória sobre a doença em meio à gestação

Vanessa Santos, 33 anos, conta que de repente o seu esposo começou a ter tosse, febre, dores no corpo e logo descobriu que estava com Covid-19. Seus sintomas duraram apenas três dias e logo se recuperou. Junto com ele, seus dois filhos, um de cinco anos e outro de três anos, também testaram positivo para o coronavírus. Após quatro dias, no dia 30 de abril de 2020, Vanessa começou a sentir dor no corpo, tosse, febre e perda total do olfato e paladar.
Fiz exame e deu positivo para Covid-19. Eu estava grávida de 31 semanas, carregava uma gestação de risco por ter feito procedimento de cerclagem uterina com três meses de gestação. No sétimo dia de sintomas, comecei a cansar, sentir falta de ar, muita dor no tórax e junto a isso, comecei a ter contrações, eram muitas contrações… Fui para um hospital particular, estava lotado de pacientes e só fui atendida porque estava em trabalho de parto com Covid-19. Passei por diversos exames e tomei muitos medicamentos. Fiz uma tomografia que mostrava 50% do meu pulmão comprometido e precisei tomar todo esquema de medicação. As contrações diminuíram após as medicações, e meu esposo, por ser médico, fez todo o acompanhamento. Decidimos continuar o tratamento em casa naquele momento. Fiz do quarto o meu hospital… Me isolei, me afastei, me cansei, me preocupei pela minha filha e pelos meus filhos que precisavam de mim. Cheguei a tomar quase 20 remédios por dia, entre comprimidos e injeções. Passei 22 dias para sair daquele quadro e controlar o trabalho de parto. Continuei ainda controlando a anemia forte e o risco de trombose aumentada. Até que no 21 de junho, Deus enviou minha filha para nosso grande encontro, de parto cesárea, na mesma semana do meu aniversário. Conseguimos chegar às 37 semanas. Ela nasceu saudável, não demonstrou dificuldade respiratória e digo que em nenhum momento senti medo. Sempre me surpreendi com o cuidado constante de Deus comigo, Ele é surreal, incrível e viver essa certeza é a única coisa que me fez e faz permanecer”.

 

“Em 2020, vivenciei o maior milagre da minha vida”
A Assistente Social Tamar Pacheco, 46 anos, conta que no ano de 2020 vivenciou o maior milagre da sua vida. “No dia 24 de abril, era mais um dia de trabalho em home office, devido ao agravamento dos casos da Covid-19. Naquela tarde tive febre de 39° e um cansaço físico inexplicável. No dia seguinte, fui ao pronto atendimento e foi dado diagnóstico de dengue e receitado remédio para tosse e febre. Após sete dias, comecei a sentir falta de ar e dores nas costas. Fui ao médico novamente e ele solicitou o exame de gasometria arterial e uma tomografia que constatou pneumonia viral com 25% de comprometimento dos pulmões típicas em paciente com Covid-19. Após o resultado, passei a fazer uso da Azitromicina. Três dias depois, meu quadro se agravou e tive que retornar ao hospital, o caso era de UTI. Eu saturava 84%, dando entrada na UTI, realizei uma nova tomografia que apontou 75% de comprometimento nos meus pulmões. No dia seguinte precisei ser entubada, mas não lembro desse momento, acordei uma semana depois. Esse foi o período mais difícil, pois eles avisaram para a minha família que o meu estado de saúde era muito grave e os meus pulmões estavam muito comprometidos e não havia muito o que fazer, apenas esperar.
O diagnóstico médico a meu respeito é que eu morreria, e minha família tinha que estar preparada para isso, mas muitas pessoas em diversos lugares que eu nem conhecia estavam em oração pela minha vida, e Deus começou a manifestar o seu favor sobre mim, os resultados dos exames começaram a melhorar, saí da UTI e fui para a enfermaria. Quatro dias depois, eu voltei para casa, ainda estava debilitada e com limitações de alguns movimentos das pernas e dos braços, foi necessário até o uso de fraldas geriátrica, porém voltar para casa já era o maior milagre.
Essa doença nos deixa tão fragilizados, tanto física quanto emocionalmente. Tantas notícias ruins de pessoas de seu convívio que partiram. O apoio familiar e dos amigos foram cruciais para mim nesse momento, mas eu sei que devo toda minha gratidão a Deus, por sua bondade e fidelidade, e por cuidar de mim e dos meus familiares”.

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