Através de meus artigos publicados neste jornal, tenho conquistado muitos amigos novos que telefonam ou mandam e-mails concordando ou perguntando sobre detalhes do que escrevo. Agora, dois leitores perguntaram mais ou menos a mesma coisa: “como é que o amor funciona promovendo a felicidade e o bem-estar em nossas vidas”?
Estudo estes assuntos há vários anos, a partir do momento em que me encantei pelos temas da qualidade de vida e da longevidade saudável.
E explico que “bem-estar”, “satisfação de viver” e “felicidade” são sensações profundas resultantes das “dimensões da vida” (qualidade, quantidade, consciência, ética, valores individuais, religiosidade e cidadania) com seus vários “condicionantes” que se articulam e se compensam na nossa própria e variada interpretação da vida.
Essas dimensões são sentidas, maiores ou menores, pela ação dos nossos neuro-transmissores e hormônios, de acordo com os conhecimentos e interpretações individuais.
Por isso torna-se fundamental que as pessoas conheçam os diferentes condicionantes e que os interpretem de uma forma positiva e correta. Dito assim parece simples mas não é verdade. Muitas vezes verificamos que para isto temos de mudar os nossos hábitos e costumes do local em que vivemos. Aceitar o fato e mudar é muito difícil. Por isso o valor daquele conhecido provérbio-“para mudar é preciso um grande amor ou uma grande dor”. Muda-se por amor a uma pessoa, uma causa, uma perda,nossa família ou por amor à Deus. E mais de 70% dos infartados deixam de fumar com medo de morrer.
Daí a importância do amor para mudar ou engrandecer os fatores condicionantes dessas diferentes “dimensões humanas”.
“Bem-estar físico e mental” é uma sensação mais vinculada à nossa saúde e aos problemas da vida diária. É uma condição constante e que geralmente nem pensamos nela.
Na “satisfação de viver” os momentos são muito importantes, mais demorados e ocasionando sensações de prazer, alegria, gozo, ânimo, engrandecimento, etc. Deve ser a nossa sensação sempre procurada e de fundamental importância para superar os diferentes problemas da vida.
“Felicidade” é nossa maior e melhor sensação, mas geralmente momentânea e que só existe quando os condicionantes são mais intensos. Os períodos de felicidade variam muito de acordo com os diferentes momentos de contentamento, satisfação e alegria intensa ou júbilo. Assim, meus novos e velhos amigos, vamos ter mais momentos de felicidade? E para isso o amor é o elemento fundamental quando mobiliza os neuro-transmissores mais potentes que são a serotonina, acetil-colina, dopamina e outros que estão sendo estudados. E mais, nos faz dormir bem e tranquilos produzindo mais melatonina que se transforma em serotonina. Por isto tudo eu sempre digo: eu amo a serotonina!
* Artigo publicado em 14.07.10 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor.