A Semana Mundial de Aleitamento Materno, realizada entre os dias 1º e 07 de agosto, é lembrada em 120 países e ressalta a importância do alimento para o crescimento saudável e o desenvolvimento adequado do bebê
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Quem nunca ouviu falar sobre a importância do leite materno para a saúde do bebê? Para conscientizar ainda mais a família sobre o assunto, a Aliança Mundial de Ação pró-amamentação criou, em 1992, o Dia Mundial da Amamentação. A data, celebrada dentro da Semana Mundial de Aleitamento Materno, realizada entre os dias 1º e 07 de agosto, é lembrada em 120 países. Para o Hospital São Camilo, referência no setor de obstetrícia, o assunto não poderia passar em branco.
“O aleitamento materno é considerado o alimento ideal para o crescimento saudável e o desenvolvimento adequado de recém-nascidos e é o alimento completo para crianças de até 6 meses de idade”, afirma Natália Fernandes, enfermeira obstetra do Hospital São Camilo. Segundo ela, os benefícios para o bebê são inúmeros: prevenção contra doenças infecciosas e diarreicas; proteção contra alergias; favorecimento no crescimento e desenvolvimento intelectual, dentre outros, além de intensificar o vínculo entre mãe e filho.
O ato de amamentar, conforme explica a enfermeira, também traz benefícios para a mulher. Além de ser mais econômico, ele diminui as possibilidades do desenvolvimento de um câncer de mama, agiliza a involução uterina (o retorno do útero ao seu tamanho normal) e diminui o risco de sangramento no período do pós-parto.
O leite materno
O leite humano possui em sua composição tudo que um bebê precisa para crescer saudável: proteínas, lipídios (gorduras), água, anticorpos e minerais. Segundo Natalia, é preciso parar com o mito do “leite fraco”. “Isso não existe. O que existe são leites que variam de mãe para mãe, que suprem a necessidade de cada bebê”. A mãe que teve um bebê prematuro, carente de determinados nutrientes, produz um leite com composição diferenciada, suficiente para suprir a carência, por exemplo.
Outros mitos e verdades
A enfermeira Natalia Fernandes, do Hospital São Camilo Cura D’Ars também cita outros mitos e verdades:
1) Não existe posição e pega correta para amamentar – mito
O posicionamento da mãe e do bebê durante a amamentação é importante para que o bebê retire, de maneira eficiente e sem machucar os mamilos, o leite da mama. A posição inadequada de um ou de ambos leva a “má pega”, que é o posicionamento incorreto da boca do bebê em relação ao mamilo e à aréola.
2) Peito pequeno produz menos leite – mito
A glândula produtora de leite não define o tamanho do seio, e sim, o tecido de gordura. Assim, seios pequenos podem produzir bastante leite e seios grandes podem produzir pouco leite.
3) O recém-nascido acorda várias vezes durante a noite para mamar – verdade
Nos três primeiros meses, é comum ele acordar três ou mais vezes durante a noite para mamar.
4) É necessário dar palmadinhas nas costas do bebê para incentivar o arroto – mito
Basta segurar o bebê por alguns minutos na posição vertical após a mamada. Contudo, nem sempre os bebês arrotam depois de comer, pois depende da quantidade de ar que “engolem” quando mamam.
5) Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite – verdade
O estresse e a tensão fazem com que o organismo produza uma quantidade anormal de adrenalina, bloqueando a oxitocina, um dos hormônios que influenciam na amamentação. Por isso, elas tendem a produzir leite em quantidade insuficiente.
6) Comer doce ajuda a produzir mais leite – mito
Não existe uma fórmula que aumente a quantidade de leite nos seios. Alimentos como doces causam sede e o maior consumo de água pode contribuir na produção de leite.
7) A criança deve mamar a cada duas ou três horas – mito
A criança que só mama deve se alimentar em livre demanda, ou seja, na hora que quiser. Porém, após 3 horas de jejum, aumenta o risco de hipoglicemia, devendo-se oferecer a mama ao recém-nascido para minimizar o risco.
8) Amamentar estreita o vínculo entre mãe e bebê – verdade
É um momento de cumplicidade entre eles. Já há exames e estudos que comprovam alterações cerebrais no bebê de acordo com o humor da mãe.
9) O leite materno não pode ser congelado – mito
O leite pode ser congelado tanto para consumo posterior quanto para doação. Ele deve ser armazenado em recipientes de vidro, com a tampa plástica e esterilizado e pode permanecer congelado por até 15 dias. Uma vez descongelado, deve ser consumido, pasteurizado ou descartado.
10) A alimentação da mãe não reflete no leite – mito
Todo alimento pode influenciar no leite, principalmente os ricos em cafeína e gordura animal, porém nenhum alimento deve ser excluído sem antes ser testado. Toda mãe em amamentação deve ter uma dieta variada, rica em frutas e verduras e com uma boa ingesta de líquidos.
11) A amamentação acelera a perda de peso da mãe – verdade
Aliada a uma dieta rica e balanceada, a amamentação exclusiva nos primeiros meses do bebê auxilia ao retorno do peso normal. O corpo gasta cerca de 700 calorias todos os dias somente para produzir leite para o bebê.
12) É preciso revezar os dois seios para amamentar – mito
Não se deve interromper, deixando o bebê mamar à vontade em um seio, já que somente depois de alguns minutos que ele consegue atingir o leite posterior, uma porção rica em gordura que ajuda a criança a se saciar e a ganhar peso. Se ele não chega a essa parte, acaba sentindo fome mais rapidamente e tende a acordar várias vezes ao longo do dia para mamar de novo.
13) Voltar ao trabalho após a licença-maternidade impede a amamentação – mito
É relativo. A lei garante que a mãe pode sair uma hora antes do trabalho ou realizar um intervalo especial para amamentar até o sexto mês. Também é possível retirar o leite antes, armazená-lo e refrigerá-lo. O leite pode ficar guardado por 12 horas na geladeira e até 15 dias congelado no freezer. Para descongelar, basta deixá-lo em temperatura ambiente por algumas horas ou usar banho-maria.
Com informações da Assessoria de Comunicação