As empresas e as organizações privadas, mais uma vez, se antecipam e até desenvolvem novos processos operativos na busca da qualidade de vida de seus funcionários, ao contrário das organizações públicas que parecem pouco se importar com os seus integrantes.
Como já destacamos em artigo anterior sobre saúde corporativa, muitas organizações privadas do nosso País, desenvolvem importantes e efetivos programas de promoção da qualidade de vida de seus funcionários. Agora estão utilizando os ensinamentos dessa “nova tecnologia” denominada resiliência.
Muitas organizações privadas dos sul do País estão desenvolvendo programas específicos sobre o assunto, declarando resultados surpreendentes. Diferentes técnicas pedagógicas são utilizadas de acordo com o tipo de trabalho e de profissionais operantes e seus problemas apresentados em termo de saúde, capacitação e qualidade de vida em geral.
Resiliência é um termo utilizado pela física há dois séculos. Recentemente foi incorporado pela psicologia para definir a capacidade que algumas pessoas apresentam de passar por situações de estresses e continuarem com a vida de maneira normal e saudável.
Temos exemplos de indivíduos que conseguem vencer dificuldades, obstáculos, grandes traumas e até catástrofes, sem apresentarem sequelas. Constitui, portanto, um grande atributo da personalidade desenvolvida no contexto psico-social-cultural em que a pessoa vive.
Pode e deve estar presente em vários locais e praticada por diferentes profissionais, principalmente das áreas de educação e saúde.
Deveria ser matéria de grande destaque na formação e desenvolvimento de profissionais dessas duas áreas. Escolas, faculdades, universidades, unidades de saúde, consultórios e hospitais são locais onde a resiliência é de enorme importância. Processos de resiliência no contexto da hospitalização deverá ser assunto de estudo nos próximos anos como estão já salientando alguns pesquisadores.
Claro que em alguns países mais desenvolvidos,as técnicas de uso e manejo da nova tecnologia (ou nova ciência) vem sendo destacadas.
Entre as diferentes doenças psicossomáticas que apresentam os brasileiros que não possuem resiliência estão: estresse, síndrome de pânico, gastrite, doenças intestinais, hipertensão arterial e várias outras patologias.
É possível mantermos boa qualidade de vida e o equilíbrio de nossa saúde, praticando o desenvolvimento da resiliência.
Portanto, deveremos destacar para o público em geral que já temos o conhecimento, maneiras e possibilidades de se aumentar a capacidade de resiliência dos brasileiros sofredores.
Usar a resiliência para manter sadio e ativo, o pobre cidadão que se encontra frente a esta triste situação social do Brasil atual é a nossa fundamental responsabilidade como profissional da saúde.
E muitos brasileiros, alguns técnicos e estudiosos dos problemas políticos e sociais do Brasil, estão afirmando com grande destaque que uma nova modalidade de resiliência seja usada na política como solução salvadora. Queira Deus!
* Artigo publicado em 04.11.2009 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor.
Antero Coelho Neto
– Médico e professor e diretor do IQVida
acoelho@secrel.com.br