O caráter é como uma árvore e a sua reputação como uma sombra. A sombra é o que nós pensamos dela, a árvore é a coisa real. O autor não teve nada a ver com comunicação. É o presidente Lincoln, um homem preocupado com a ética e a forma pela qual o público avaliava o seu governo. Há uma profusão de plataformas na internet que publicam qualquer artigo jornalístico. Sem dúvida é uma aprofundamento da liberdade de expressa, uma vez que os autores não tem que se submeter a nenhum interesse econômico ou político que as empresas jornalísticas professam. É o liberô geral. Basta enviar artigo que não fica sem publicação. Há incontáveis espaços em diferentes plataforma para publicar qualquer assunto. Em último caso o autor monta sua própria página, ou blog, gratuitamente, e compartilha com o universo. Não é preciso pedir a anuência do Estado, como uma concessão de rádio ou tevê. Não há qualquer regulação uma vez que os  artigos jornalísticos não necessitam do rigorismo das publicações científicas. Eles refletem análises e opiniões de seus autores. E ninguém mais é punido no mundo democrático por isso, por mais exóticas que possam ser suas teses e opiniões. Cabe ao público julgar.


Contudo nem todas as plataformas aceitam publicar qualquer coisa.São ciosas de sua reputação de credibilidade. Por isso fazem uma seleção do material a ser publicado e previamente avaliam a sua veracidade. Submetem o artigo aos seus pares jornalistas que decidem se publicam ou não. São os sites que buscam credibilidade, e lutam para mantê-la. Sabem que um artigo sem conteúdo desprestigia todo o portal. Há perda de reputação. Além disso há a coresponsabilidade legal, se ou o autor passar do razoável e caminhar pelos atalhos da difamação, calúnia ou ofensa. Há uma diferença entre se afirmar se alguém é incompetente e ladrão. Emplacar um artigo, crônica, reportagem, comentário em um blog de credibilidade é um desejo de dez entre dez jornalistas ou cidadãos. É mais do que vaidade, é submeter aos espírito crítico do público e estar preparado para receber críticas e correções. Por isso é praxe que editores, responsáveis ou proprietários de plataformas submetam a contribuição à checagem e avaliação lógica.


Ninguém desconhece que os editores são ciosos da reputação da marca que administram. Não publicam qualquer coisa, especialmente o que tem cheiro de sensacionalismo. Avaliam se o autor é mesmo quem diz ser, checam a sua biografia e se o tema tratado é adequado ao público que o blog pretende atingir. Caso o blog seja administrado por um único gestor e se o tema não lhe é familiar recorre para a avaliação de terceiros, jornalistas ou não. Tudo pela credibilidade. Diante da crise que atinge as empresas tradicionais de comunicação e as mudanças no ecossistema jornalístico, nem sempre é possível segurar uma publicação até que todas as checagens sejam feitas. O risco é manchar a reputação e por em risco a qualidade do que se publica.  Se o artigo faz parte de uma seção aberta para todos o risco é ainda maior. Enfim as plataformas na internet não estão livres de se pautar pela publicação de artigos comprometidos com o interesse público e nos parâmetros da busca da isenção e da ética. O público vai avaliar e divulgar o grau de reputação que tal espaço na internet tem.

* Heródoto Barbeiro – é escritor e jornalista da RecordNews e R7.com – herodoto@r7.com


*Artigo publicado no blog do autor (noticias.r7.com/blogs/herodoto-barbeiro) e reproduzido com sua autorização

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here