O período destinado à propaganda eleitoral encontra-se em plena efervescência entre os pretendentes às vagas de Presidente da República, Governadores de Estado e Deputados Federais e Estaduais, utilizando-se da mídia gratuita de rádio e televisão. Lamentável a constatação de que, se comparada à campanhas pretéritas, nada mudou no seu conteúdo, continuamos na mesmice, enquanto, a sua inovação se deu na sua forma, justificada pela “megaproduções criativas” dos marketeiros de plantão. A força do capital e poder econômico de candidatos privilegiam aqueles, que estão no poder, disponibilizando da máquina estatal para propaganda de candidados propostos ou aliados, políticamente, de governantes.


Ao nosso entendimento, como consequência dessa realidade, o princípio de igualdade entre candidatos é aviltada, frontalmente, por essa prática, no mínimo, sem ética. Velhas fórmulas são utilizadas, modelos, que incluem fortes apelos emocionais aos eleitores, eivados de promessas, muitas vêzes, mirabolantes, fantasiosas, inexequíveis, utópicas, e ressaltando a auto-competência dos candidatos de se elegerem nossos representantes, seja no Executivo, seja no Legislativo. Infelizmente, ficam de fora de tais programas, ou minimizados, amplas discussões sobre projetos, que determinem os rumos da sociedade em que vivemos e qual o Brasil, que queremos deixar para os nossos filhos e netos.


O relevante é que, a partir da propaganda gratuita, o eleitor fique atento à programática de promesas feitas por postulantes a cargos públicos, exerça a consciência cívica do cidadão, votando em candidatos detentores de sua confiança e atendam aos requisitos da “Ficha Limpa”, como requisito primeiro de sua escolha. Todas as entidades, que compõem o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – convida todas as pessoas de boa vontade, sociedade organizada a se unirem em vigília cidadã para que tenhamos eleições limpas e éticas, a fim de consolidar a democracia brasileira. Inadmissível o eleitor que vende seus direitos em troca de alguma benesse financeira ou favor pessoal.


Relevante, nesse momento de propaganda eleitoral, exercer o eleitor a sua capacidade de discernimento para escolha de candidatos que estejam, na realidade, comprometidos na solução dos grandes problemas nacionais, como: saúde pública, educação com qualidade, segurança pública, desenvolvimento sustentável e oportunidade de trabalho para todos.


* Artigo publicado em 27.08.2010 no jornal O Estado e reproduzido neste site com autorização do autor.

 

João Gonçalves è Membro da Academia Limoeirense de Letras – boscogoncalves@uol.com.br

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