Produtos feitos por presos ou recém-saídos do sistema são expostos uma vez ao mês no Fórum Clóvis Beviláqua. A renda volta para o artesão




Foto: Reprodução / TJCE-CE


 Projeto dedica-se a ressocializar detentos do semiaberto e aberto e egressos do sistema prisional


Para quem deseja uma mudança, basta uma oportunidade. O Fábrica Escola trabalha com a ressocialização de apenados e recém-saídos de presídios desde abril de 2013. Já beneficiou mais de 150 reeducandos desde então. Atualmente, 30 participam das atividades. A iniciativa se estende ainda às famílias dos apenados, que participam de oficinas de capacitação profissional, além de acompanhamento psicossocial.


O programa é fruto da parceria do Judiciário, por meio das Varas de Execução Penal, com Ministério Público, Defensoria Pública, Universidade Estadual do Ceará (Uece), Associação Cearense de Magistrados (ACM), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Fundação Deusmar Queirós, Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Ceará (OAB/CE), Sesc e outras instituições públicas e privadas. Dedica-se a ressocializar detentos dos regimes semiaberto e aberto, egressos do sistema prisional do Estado e familiares.

Colorindo a Justiça

Quem passar pelo Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, até o fim do ano pode encontrar um pátio central diferente. É que uma vez por mês produtos artesanais criados por reeducandos atendidos pelo projeto Fábrica Escola são expostos no prédio.


Bolsas de palha, vassouras feitas de garrafa pet, cabaças modeladas, brinquedos de tecido e outros produtos ficam disponíveis à venda das 8 horas às 17 horas. A feira acontece sempre na segunda semana do mês.


“Esse trabalho é fundamental. Nós tiramos essas pessoas do presídio e colocamos aqui dentro [do projeto Fábrica Escola]. Nós conseguimos o não retorno deles à delinquência. Graças ao nosso esforço, à metodologia aplicada, nós conseguimos um índice de reincidência em torno de 5%. É uma experiência fantástica”, conta o diretor-executivo do projeto, Vicente Pereira.

Oportunidade

Penalizada a 37 anos de prisão, Luci Rufino de Sousa, 39, é prova do sucesso da ação. Ela já cumpriu oito anos da pena em regime fechado e há um ano e dois meses conseguiu progressão de regime para o semiaberto. Foi direto da prisão para as máquinas de costura da Fábrica Escola.


Em dois meses de trabalho, foi admitida como funcionária da Fundação Deusmar Queirós e hoje é instrutora do setor de costura. Trabalha de segunda a sexta, com carteira assinada, e aos sábados e domingos frequenta a escola – também como parte da pena a cumprir.


Para Luci, a oferta de trabalho e estudo pode, sim, ser a solução para saída definitiva de apenados da criminalidade. “Para quem quer, dá certo. Hoje eu aprendi a dar valor à liberdade, à vida e ao trabalho. Eu nunca tinha tido um trabalho, ainda mais de carteira assinada. Hoje eu ando na rua sem ter que me esconder”, orgulha-se.

Com informações do Jornal do Judiciário – Tribunal de Justiça do Ceará

 

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