Iniciativa das mais meritórias vem sendo desenvolvida por cidadãos de Fortaleza, tendo como um de seus maiores entusiastas o médico e ex-vereador José Maria Pontes. Trata-se da organização de um grupo de cidadãos com a finalidade de divulgar, entre os fortalezenses, ações ligadas à cultura de paz, ao combate à violência e ao incentivo a medidas que contribuam efetivamente para a melhoria das relações entre os cidadãos.


É fato que vivemos num país assolado pela violência e pela desigualdade sob todos os aspectos. Quando me refiro à violência, não me reporto somente às ações criminosas como as conhecemos no dia-a-dia. Essa violência tem alcance muito maior, envolvendo situações como o desrespeito diário aos cidadãos nos hospitais públicos, muitas vezes tratados com desprezo, obrigados a ficar em macas, nos corredores, à espera de um atendimento; ou ao faz-de-conta na educação, onde números maquiados pela propaganda oficial não condizem com a realidade de professores vítimas de assédio moral em seus locais de trabalho ou a de alunos que, cheios de direitos e completamente descomprometidos com obrigações, tumultuam o ambiente escolar, acobertados por certo estatuto ora vigente.


A cultura de paz tem muitas faces, envolvendo até mesmo a prática de atitudes simples, como ajudar um idoso ou um deficiente visual a atravessar a rua. Pode ser até o ato de um motorista dar passagem a outro, em meio ao caótico trânsito desta cidade ou, ainda, o exercício frequente das chamadas “palavras mágicas”. Afinal, quem não se sente bem ao receber um “bom dia!” de alguém? Outras expressões, como “obrigado”, “por favor” ou “com licença”, tornam, sem dúvida, mais leve o dia e mais agradável a convivência interpessoal.


Nas últimas décadas, a sociedade brasileira brutalizou-se a tal ponto que as pessoas se afastaram umas das outras, embora vivendo, muitas vezes, no mesmo prédio, na mesma rua! Portanto, movimentos como este devem ser multiplicados. E urge que os legisladores procurem se enfronhar com maior afinco e responsabilidade nas suas áreas de competência, dando também sua contribuição para uma sociedade mais justa e pacífica.


Artigo publicado no jornal Diário do Nordeste de 23 de setembro de 2012 e reproduzido neste site com autorização do autor



Gilson Barbosa é jornalista – gilson@tre-ce.gov.br

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