Os últimos episódios de violência no Estado levaram-me a refletir sobre a paz, muito especialmente a construção da paz em cada um de nós. Nas minhas conjecturas, logo me vem à lembrança o caso Dandara dos Santos, travesti que no último dia 15 de fevereiro foi cruel e violentamente arrastada de casa e morta por seis homens. A notícia foi mundialmente divulgada. Algo estarrecedor, de envergonhar a humanidade tão sedenta de paz. Crime de ódio ocorrido por homofobia ocorrido no simpático Conjunto Ceará. Dandara conhecida por ser uma pessoa educada, brincalhona, do bem…


Por sorte, ou pela intervenção divina, Dandara tinha uma mãe amorosa que lhe aceitava e acolhia, com quem morava e era respeitada. Falo do respeito por uma diferença que deveria tornar iguais os filhos do mesmo Criador do Universo – Deus. Somos todos humanos, respeitemos para sermos respeitados. Parafraseando o criador da Logosofia, Carlos Bernardo González Pecotche, o respeito mútuo entre as pessoas é o agente ou fator essencial da paz, já que, enquanto o respeito existe, aplainam-se todos os caminhos que levam a encontrar soluções para as diferenças criadas.


“Não pode haver paz em um povo se o respeito às leis e a suas instituições deixa de ser a garantia que ampara cada um em seus direitos e em seus valores”, ensina González. Significa dizer que para edificar a paz futura carece respeitar os direitos de cada cidadão, seus valores e crenças. Para que isso ocorra, carece promover condições dignas de vida a todos; orientar para a harmonia social nas escolas, no lar, no trabalho; instruir por meio da leitura humanizada e da vivência de uma cultura de paz. São iniciativas que o prefeito Roberto Cláudio busca concretizar, e que ele pode contar com a nossa humilde contribuição aqui na Câmara: trabalhar a Fortaleza do Bem, a Fortaleza da Paz!!!


Por isso, gostaria de propor a campanha PAZEAR FORTALEZA – POR UMA CULTURA DE PAZ NA CIDADE. E o que é PAZEAR? O que significa esse verbo?


Segundo os dicionários, PAZEAR é estabelecer a paz ou a harmonia. Sua conjugação, no presente do indicativo, é: eu pazeio, tua pazeias, ele pazeia, nós pazeamos, vós pazeais, eles pazeiam. Dificilmente nós conjugamos o PAZEAR na fase escolar; nossos avós também não o fizeram e, se o mantivermos esquecido, as gerações futuras também não o farão.


É que a cultura humana valoriza, com muita ênfase, as ações e a cultura de guerra. Tanto que conhecemos na escola os heróis de guerra, os corajosos revolucionários; quando abrimos um livro de história logo nos deparamos com batalhas, guerras entre nações, guerras religiosas ou civis, conflitos de toda ordem. Aí aprendemos com facilidade a conjugação do verbo guerrear, esquecendo de falar dos inúmeros conquistadores da paz, entre eles Gandhi, São Francisco, Tereza de Calcutá, Martin Luther King, Jesus Cristo…


Minha proposta é criar uma cultura de paz, incentivar o cultivo da paz nos lares, nas escolas e em todas as iniciativas socioeconômicas, socioculturais, sociopolíticas e religiosas da capital. É preciso, desde já, ensinar crianças e adultos a conjugar o verbo PAZEAR, em todos os seus tempos.


Em conjunto com a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, que possamos discutir questões relacionadas ao “pazeamento” da cidade, por meio também da ocupação dos jovens em escolas de tempo integral, como tem feito o Governo Camilo Santana, e assim evitar a evasão escolar, o contato com o mundo do crime e das drogas. A paz começa em ações simples…


A ideia é ainda materializar, em esforços conjugados, as diversas formas de inserir crianças e jovens em programas de esportes, saúde, religião, cultura, lazer, línguas estrangeiras e primeiro emprego.


Precisamos, de uma vez por todas, PAZEAR Fortaleza. Pelas nossas famílias, por nós, pelos jovens em situação de risco, por suas famílias aflitas.


Pronunciamento do Dr. Porto (Portinho), vereador, na Câmara Municipal de Fortaleza,  no dia 15 de março. E-mail: jbportim@gmail.com

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