As pessoas que convivem mais de perto comigo morrem de rir pois nunca conseguem andar no banco do carona em meu carro. O banco está sempre cheio de papeis, livros, documentos e toda a sorte de trecos necessários ao meu existir jornalístico, de dirigente de ONG e de responsável por um monte de coisas diversas.


Quem me visita no apertado quitinete onde moro tem igual impressão com pastas acomodadas por cima do guarda-roupa e até a pseudo cama (pois durmo de rede), serve para abrigar os muitos papeis que teimam em agregar vida a meu existir cotidiano.


No trabalho normal e social também tenho problemas de espaço, chegando ao ponto de na Casa do Bem renunciar a uma sala própria, para que algo não seja sacrificado e o bem possa alcançar mais esplendor.


A vida é assim, uns dispõem de imensos espaços para trabalhar, dormir e guardar suas particularidades, enquanto outros se viram nos centímetros para abrigar o que precisa ser albergado.


O que é mais importante, eu creio, é que os demais espaços, possam ser ocupados com sentimentos e pensamentos que sirvam para aumentar a área da alegria, o terreno do amor e a espacialidade da divindade, procurando este escrevinhador de letras, estar sempre pensando positivo e agindo de maneira a ser útil aos demais, contribuindo assim, para que o mundo em toda a sua extensão, seja preenchido pelo combustível recomendado pelas almas boas que conseguiram ver um pouco mais além.


Faço então um olhar retrô e percebo que se passo por temporária ou eterna limitação física de espacialidade em meu viver, sou livre e posso expandir outros espaços, bastando para este fim ter atitude e agir de acordo com recomendações de seres angelicais, no que concerne direcionar minhas ações para os caminhos da fraternidade.


Criemos pois nossos próprios terrenos, plantemos amor em todas as áreas que possamos semear e, nos passos que vamos dando, ocupemos espaços com o bem, afinal, nós construímos o amanhã com os tijolos do hoje e, precisamos cimentar um futuro de luz com gestos e atitudes de igual frequência energética.


Um 2014 com muitas atitudes verdadeiramente sadias. Não sejamos hipócritas de viver compartilhando sinalizações de bondade nas mídias sociais, enviar palavras belas e bonitas sempre, repassar e achar que assim já está fazendo muito. Precisamos é de criar espaços reais de ação para que a perfeita comunhão não seja apenas uma mera ilusão.


* Flávio Rezente é escritor, jornalista, ativista social e coordenador da Casa do Bem, em Natal/RN –  escritorflaviorezende@gmail.com

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