No livro “O futurista e o adivinho”, publicado em 2001, elaboramos uma visão (futuro possível) para o Brasil em 2010. A nossa perspectiva futurista foi realizada utilizando 165 cenários, nas seis áreas fundamentais de um desenvolvimento para o nosso país: o Estado e seu organismo econômico, população e as migrações, ecologia, tecnologias, ciências e reinvenção do social. O projeto está baseado em um estudo comparativo com muitos outros países, como recomendam várias organizações futuristas internacionais das quais fazemos parte. Brevemente estaremos trazendo para vocês os resultados obtidos e as nossas frustrações.
Em nossos outros livros sobre planejamento estratégico, qualidade de vida e longevidade, também recomendamos, como de grande importância no mundo atual, a elaboração de planos e projetos pessoais de vida. Com as grandes e rápidas variações atuais de nosso mundo, nas suas várias perspectivas de desenvolvimento, planejar o nosso futuro torna-se vital
As mudanças em certas áreas são rápidas e grandiosas e mais, o progresso caminha em progressão geométrica e não aritmética. Isto querendo dizer que evidenciamos verdadeiros saltos nas nossas perspectivas futuras. Podemos então imaginar com facilidade como seremos e estaremos em 2050? Não. Mas o que teremos nos próximos anos há melhores possibilidades de acertar. Por isto a nossa recomendação de planejar a nossa vida a curto prazo.
Nós, os brasileiros, não fomos acostumados a duas coisas essenciais da vida: planejar o amanhã e guardar as memórias do passado. Dois “pecados capitais”. Costumamos dizer: “o futuro a Deus pertence!”. Claro que pertence sim, mas Ele nos deixa livres para as nossas decisões e podemos lhe dar uma grande “ajuda” e sermos felizes, vivermos mais e melhor. Ele agradecerá.
Então o conselho que sempre damos, em escritos, palestras e pelos órgãos de comunicações, é a elaboração de um plano de vida, que pode ser escrito de uma maneira simples e fácil em um caderno ou pequeno livreto. Para o idoso o planejamento futuro nos parece ainda mais importante e deve ser menor (indicamos um ou dois anos). Será mais fácil, correto e de grande “sabor” quando realizamos aquilo que foi planejado e, mais ainda, quando realizamos coisas boas alem do previsto.
As regras que damos para todos são simples: o que fazer, como e quando, o que evitar e o que não fazer. Mas também importante, será pensar nas eventualidades não previstas e ter as indicações de como evitá-las ou mudar o nosso plano.
De início até poderá parecer muito difícil, mas com a prática pode-se tornar um “jogo” muito bom para o exercício de nosso cérebro. Vamos jogar com a nossa vida? Um convite para 2011.
* Artigo publicado originalmente no jornal O Povo, de 26 de janeiro de 2010, e reproduzido neste site com autorização do autor.
Antero Coelho Neto é médico, professor e presidente da Academia Cearense de Medicina – acoelho@secrel.com.br