William Kamkwamba, nascido em 1987 na aldeia de Wimbe, norte do Malaui (pequena nação africana), tinha tudo para ser mais uma entre milhões de pessoas que vivem com extrema dificuldade naquele esquecido e conturbado continente. Porém, por obra do acaso e de sua inteligência, tornou-se um cidadão que hoje desenvolve projetos para melhorar as condições de vida dos malauianos.


 


Sua história começou aos 15 anos, quando, estudante, achou, na pequena biblioteca de sua aldeia, um livro que ensinava, passo a passo, como montar uma instalação para gerar energia. Sem dominar o idioma inglês, apenas observando as ilustrações do livro e com ajuda de doações, William improvisou, com madeira, peças de bicicleta e algum material elétrico, um precário cata-vento que, de início, levou energia para sua casa, a primeira da aldeia a dispor deste benefício.


 


De lá para cá, a iniciativa, além de manter o suprimento de água potável para os habitantes de Wimbe, foi ampliada com a construção de novos moinhos de vento, levando energia para outros pontos da aldeia. Em breve, até a capital política do país, Lilongwe, receberá um entre outros novos moinhos planejados por William.


 


A atitude de domar os ventos em benefício de sua aldeia levou o jovem a se tornar famoso. Ao discursar sobre sua ideia na Tanzânia, em 2007, foi beneficiado com o interesse de algumas organizações em financiar seus estudos secundários no seu próprio país. Ao concluí-los, William recebeu uma bolsa para estudar nos Estados Unidos, onde hoje continua a beneficiar seu povo.


 


Sua fundação, denominada Moving Windmills (Movendo Moinhos de Vento), aplica as doações que recebe em projetos de energia eólica e solar para casas em Wimbe; em ações de saneamento e higiene, prevenindo doenças; na distribuição de remédios contra a malária; na irrigação por gotejamento, valendo-se da água potável existente nos poços; e distribuindo bolsas de estudo para que alunos de seu país possam frequentar a escola secundária, melhorando suas perspectivas de futuro. É um jovem cidadão que, discretamente, contribui para tornar este mundo melhor.


 


Gilson Barbosa é jornalista


 


* Artigo publicado no Diário do Nordeste e reproduzido neste site com autorização do autor


 

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