De 13 a 16 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, acontecerá o IX Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares. Trata-se do maior evento sobre o assunto na América Latina e reunirá profissionais de todo o país envolvidos no atendimento ao AVC (acidente vascular cerebral) a principal doença cerebrovascular. O AVC é a principal causa de morte e incapacitação no Brasil, no Ceará e em Fortaleza. Quase não se fala, mas AVC mata mais mulheres do que o câncer de mama e mais homens do que o câncer de próstata.


A boa notícia é que 92% dos AVC´s podem ser evitados e, mesmo que ocorra, podemos diminuir em 30% as mortes e em 50% a incapacitação decorrentes. Tratando ou prevenindo os chamados fatores de risco (pressão alta, tabagismo, obesidade, colesterol elevado, sedentarismo, diabetes, etc.) e atendendo os pacientes com AVC em unidades especializadas, as chamadas Unidades de AVC, os países desenvolvidos já conseguiram rebaixar o AVC para a quarta causa de morte.


Para nós, brasileiros, ainda é um grande desafio e um trabalho gigantesco mas algo que tem que ser enfrentado.  Neste contexto, o Estado do Ceará tem avançado muito e com suas iniciativas pioneiras é hoje exemplo para o país além de referência para a Política Nacional para o AVC lançada em 2012 pelo Ministério da Saúde.


O Ceará foi o primeiro estado da federação a ter uma coordenação específica para as ações de enfrentamento do AVC, o Comitê de Atenção às Doenças Cerebrovasculares (criado em 2006); garantir com financiamento próprio o acesso à medicação que dissolve o coágulo responsável pelo AVC para os pacientes com AVC agudo; ter um programa de governo específico para o AVC aprovado no Conselho Estadual de Saúde; e inaugurar Unidades de AVC em hospitais públicos regionais. Em 2009 foi inaugurada a do HGF – a maior do país – e este ano já foi inaugurada a Unidade de AVC do Hospital Regional do Cariri e a do Hospital Regional de Sobral deverá iniciar os trabalhos até o final do ano.


Ainda temos muito o que fazer, mas os benefícios das ações até aqui implementadas já podem ser medidas pela diminuição da mortalidade hospitalar por AVC e do número de pacientes com AVC na fila de espera por vagas de UTI.


João José Carvalho é chefe do Serviço de Neurologia do HGF, coordenador da Unidade de AVC do HGF, presidente do Comitê de Atenção às Doenças Cerebrovasculares da Secretaria de Saúde do Estado e presidente do IX Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares.

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