Mas que falta de imaginação! Depois de décadas, os métodos dos neo-udenistas são os mesmos utilizados pela canalha da UDN (União Democrática Nacional), não importando que isso os levem ao ridículo. O que importa é derrubar um ministro por mês, até chegar na Presidência da República e apear Dilma Rousseff do poder. Aí a farra seria grande com o retorno do neoliberalismo para entregar o que restou do patrimônio público brasileiro ao capital estrangeiro, em especial a Petrobras que no ano passado os tucanos prometeram entregar aos ianques se o Zé Serra vencesse as eleições presidenciais.

Até o momento, a oposição de direita, ancorada no seu maior partido – a velha mídia conservadora, venal e golpista – conseguiu derrubar nada menos de sete ministros, seis deles sob acusação de corrupção, alguns deles sem prova nenhuma como é o caso de Orlando Silva, do Ministério do Esporte. O último foi o pedetista Carlos Lupi, do Ministério do Trabalho; o próximo que a velha mídia pretende derrubar é o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o petista Fernando Pimentel.

Este será mais difícil de ser derrubado, pois a acusação é de que ele faturou R$ 2 milhões no período de dois anos. Acontece que a consultoria foi realizada depois que ele deixou a Prefeitura de Belo Horizonte e antes de assumir o Ministério em janeiro deste ano. Mas o GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão) vai fuçar a vida de parentes e amigos do ministro para atingi-lo em cheio, e causar mais um desgaste ao governo da presidenta Dilma Rousseff.

O que impressiona é que após a queda de um ministro, depois de um massacre infernal, sem direito de defesa, o assunto desaparece como por encanto da pauta da velha mídia, e esta imediatamente engatilha outra vez a metralhadora denuncista contra outro auxiliar direto da presidenta Dilma.

A tática é a denúncia ser feita num final de semana, principalmente pela panfletária Veja, que o programa Fantástico, da Rede Globo, dá todo o tempo que for preciso no domingo, e o Jornal Nacional na segunda-feira, para alimentar a denúncia, massificando-a à exaustão. Na terça-feira, um parlamentar de direita (PSDB, DEMO ou PPS) entra com requerimento na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal ou em ambas as Casas Legislativas convocando a ida do ministro para “esclarecer” as denúncias. Nas páginas dos jornalões ou das revistas, nenhum centímetro de direito de resposta. O mesmo acontece nas televisões que não cedem um segundo sequer para os acusados se defenderem e denunciarem as manobras da oposição conservadora.

A oposição de direita e sua velha mídia têm muitas fichas para entrar num jogo duro contra o governo e desgastá-lo até mais, porém prefere a velha e surrada tática do “combate à corrupção” iniciada no início dos anos 50 e que levou o presidente Getúlio Vargas ao suicídio em 24 de agosto de 1954. Bem que poderia denunciar a mais alta taxa de juros do mundo, a redução dos investimentos em infraestrutura, a quase paralisação das obras de transposição das águas do rio São Francisco para o Nordeste Setentrional, a má qualidade do ensino público, o pouco investimento em ciência e tecnologia, o fracasso no combate ao narcotráfico e à violência em geral, a não realização da reforma agrária etc, etc, etc.

Outra bandeira que a oposição de direita poderia desfraldar  – e que a esquerda nunca levantou – é a do combate à sonegação fiscal, pois é sabido que para cada um real arrecadado, pelo menos dois são sonegados. Se a sonegação fosse erradicada do Brasil a arrecadação triplicaria e teria dinheiro suficiente para equacionar todos os problemas existentes em curto período de tempo.

Centenas de estudantes de todo o País estão acampados desde esta terça-feira 6 na Esplanada dos Ministérios, exigindo mais investimentos em educação – 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal conforme proposta do senador comunista cearense Inácio Arruda.  Bem que a velha mídia poderia encampar essa justa luta dos estudantes comandados pelas gloriosas União Nacional dos Estudantes(UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas(Ubes) e deixar a presidenta numa saia justa, já que a orientação é destinar só 7% do PIB pra educação.

Messias Pontes é jornalista – messiaspontes@gmail.com

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