Na Barcelona dos anos 1980, o menino Óscar Drai, um solitário aluno de internato, conhece Marina, uma jovem misteriosa que vive num casarão com o pai idoso. Em passeios pela cidade, os dois presenciam uma cena estranha num cemitério e se envolvem na resolução de um mistério que remonta aos anos 1940. Numa tentativa inútil de escapar da própria memória, Oscar abandona sua cidade. Acreditava que, colocando-se a uma distância segura, as vozes do passado se calariam. Quinze anos mais tarde, ele regressa à cidade para exorcizar seus fantasmas e enfrentar suas lembranças – a macabra aventura que marcou sua juventude, o terror e a loucura que cercaram a história de amor.

 

A leitura de Marina permite constatar que os ingredientes preferidos de Zafón (e o seu estilo) já lá estavam todos: Barcelona, os mistérios, sombras, ambientes góticos, crianças aventureiras, histórias de amor que inevitavelmente resultam em tragédias – aliás, são estas que, invariavelmente, fazem mover a história.

Poderia pensar-se que um tão grande recuo no tempo levasse o leitor ao encontro de um Carlos Ruiz Zafón ainda imaturo enquanto escritor, mas na verdade isso não se verifica. Já havia aqui suficiente maturidade enquanto escritor para apresentar uma obra belíssima, que o próprio fez questão de classificar como uma das suas preferidas.

Marina

Autor: Carlo Ruiz Zafón

Páginas: 270

Editora: Saberes

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