É comum em todas as profissões encontrar o bom e o mau ladrão, político, médico, padre, advogado, dentista, professor e instrutor. No caso das profissões os diferentes lados não deviam fazer parte da mesma moeda.   Principalmente aquelas profissões que tocam dimensões mais profundas do ser, ou seja, ânsia de encontrar as respostas e a vontade de se melhorar.


Penso na responsabilidade de cada instrutor, no muito de sagrado de cada palavra ensinada, cada história contada, cada exemplo dado. Quantos desvios de compreensão e estragos podem causar as falsas promessas das pílulas de felicidade e receitas de excelência. Quanta decepção pode trazer as expectativas de soluções compradas e não entregues.


Se no lado profissional há uma exigência de excelência máxima e rápida, se a necessidade de ser reconhecido não cabe no peito,  o instrutor é aquele que vai apontar os caminhos para conseguir os objetivos?


Se o coração quer mais música, a mente mais sentido, a boca mais sorriso e a vida mais realização, o instrutor é aquele que irá mostrar os atalhos?


Para as exigências do mundo e carências internas buscam-se mestres, e este é um campo fértil para os manipuladores, senhores da incoerência que se colocam no lugar de ensinar o que ainda não aprenderam.


Na missão de instruir, o facilitador deve ter conquistado dentro de si a vivência de ser o mestre interno?   Ao invés de um pedaço de papel chamado certificado, o instrutor deveria ser formado para  ser rei de seu pensamento, rei do seu sentimento e rei da sua ação para ensinar aquilo que ele “é”  e não o que decorou. As habilidades aprendidas devem, como consequência das práticas, transformarem-se em padrões de comportamentos inconscientes.   


Ao contrário, no sentido oposto da coerência e integridade proliferam os instrutores de frases de efeito, carismáticos e com trejeitos, doutores em soluções mágicas de sucesso fácil e o melhor de tudo, sem esforço algum. Tudo será conseguido mediante a frequência nas aulas após o pagamento das mensalidades.  


É compreensível que a pessoa carente de informações e sem referências de qualidade sinta-se seduzida a acreditar em facilidades quando se tem muita necessidade de conseguir algo e quanto maior a necessidade do ouvinte, maior a possibilidade de manipulação do “palestrante”.


O bom instrutor  deveria apenas facilitar a construção da ponte entre o estado atual e o desejado.  Tal qual sábio guia, não aponta a direção; mas oferece o apoio para que o caminho seja construído de acordo com os valores do caminhante.


O verdadeiro mestre não condiciona e nem aprisiona e sim liberta.  Simplesmente contempla  pacientemente  cada passo novo sem interferir, comprometendo-se a educar a si mesmo para servir de metáfora viva ao iniciante.


Sua principal função é criar espaços de aprendizagem contínua onde se confundem o papel de professor e aluno, ensinando e aprendendo juntos e sempre. Todos como professores e alunos na missão de fazer a síntese  da experiência que chamamos de vida!

Magui Guimarães é master em Coach & Neurolinguística – magui@maguiguimaraes.com.br /

 


Artigo publicado no site http://maguiguimaraes.com.br e reproduzido aqui com autorização da autora

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