A luta dos jornalistas por um curso vem de 1918 – quando do primeiro congresso da categoria, realizado no Rio de Janeiro, por iniciativa da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Nos sindicatos os jornalistas não deixavam cair a bandeira e, juntos à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), constituímos comissões responsáveis pela elaboração de um projeto de regulamentação da profissão – aí incluindo a criação de cursos de Jornalismo. O Ceará se fez presente nesta luta desde os primeiros instantes e eu mesma fiz parte da comissão responsável pela redação do PL 972/69, agora invalidado pelo STF.
Conto isto para chamar a atenção da sociedade cearense, como um todo e a categoria dos jornalistas em particular, para a primeira grande inverdade do parecer do ministro Gilmar Mendes, quando afirmou que o mencionado Decreto fora obra dos militares. Como se a primeira e a última palavra não fosse dos militares, inclusive retirando das bancas de redação quem bem lhes aprouvesse.
Mesmo sob o domínio militar, nós, jornalistas, não recuávamos dos nossos postulados, dentre os quais o da regulamentação da profissão. Assim nasceu o DL 972/69, regulamentando o exercício da profissão – funções eminentemente jornalísticas – não atingindo – pelo contrário, garantindo a presença dos colaboradores ou pessoas qualificadas em determinadas áreas do conhecimento, convocadas para desenvolver temas de suas especializações.
Conclamo aos estudantes de Jornalismo: das 400 escolas hoje existentes no País, poucas ficarão, talvez as melhores se vocês assumirem posição em defesa das que restarão. De lá trarão os donos de empresas jornalísticas os seus profissionais. Afinal, produto de qualidade só faz quem tem competência. Imprensa mal feita é encalhe… falta de anunciantes.. quebradeira. E isto o patronato não quer…
* Artigo publicado em 30.06.2009 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor
Adísia Sá
– Jornalista. Integrante da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará
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