A realização da Copa Fifa 2014 no Brasil configurou-se oportunidade única para a difusão da imagem do Brasil pelo resto do mundo. Embora questionado sobre a capacidade de sediar tamanho evento, o país respondeu, em termos estruturais e logísticos, de modo bastante aceitável. Para os brasileiros, muito do prometido em termos de mobilidade urbana ficou pelo caminho. Os turistas se arranjaram bem. Porém, o destaque ficou para o povo brasileiro, para a nação verde-amarela. Mesmo com a “canarinha” perdendo a Copa de modo humilhante, para dizer o mínimo, os brasileiros deram um espetáculo dentro e fora de campo.


O mundo conheceu melhor a nossa cara para além do carnaval, das mulheres… Mostramo-nos como receptivos, alegres, solidários, valorizando os visitantes oriundos de todos os países. Não nos furtamos sequer de acolher e de confraternizar com os hermanos, adversários de sempre. De tudo, o melhor foi o exercício cívico e civilizatório que experimentamos. Aquele zelo pelo Hino Nacional, exalado com furor deve, agora, reverter para nosso cotidiano.


Mostrar-se em nossos cuidados com o patrimônio coletivo, no compromisso dos cidadãos com o voto e dos políticos, agora candidatos, com suas promessas de renovação. Pois, é urgente irmos além do repisado fazer bonito – ultimamente, nem tanto – para estrangeiro ver e, baixadas as cortinas voltarmos ao desleixo. Tanto a Seleção quanto os cidadãos devemos nos reinventar, reverberando intensamente esse legado cívico.


Marcos José Diniz Silva é historiador e professor da Uece

Artigo publicado no jornal Diário do Nordeste e reproduzido neste site com autorização do autor

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here