Ana Carolina disse que se sentiu ofendida ao se inteirar sobre a ação que prevê a liberação do aborto em mulheres grávidas que tiveram zika, no Supremo Tribunal Federal (STF).


A jornalista conta como superou os limites impostos pelos médicos e defende o direito de vida das crianças com microcefalia


Ana Carolina Cáceres, 25 anos, moradora de Campo Grande (MS), desafiou todos os limites da microcefalia previstos por médicos. Hoje, formada em Jornalismo, critica ação que prevê a liberação do aborto em mulheres grávidas que tiveram zika, devido à associação do vírus com a microcefalia. Ana Carolina gravou um vídeo, divulgado nesta terça-feira (6), para manifestar sua opinião sobre o debate e pedir para que as pessoas se sensibilizem com a realidade dessas crianças. Ela faz um apelo para que o STF não libere o aborto.


Em entrevista ao site BBC Brasil, Ana Carolina disse que se sentiu ofendida ao se inteirar sobre a ação no Supremo Tribunal Federal (STF). “Quando li a reportagem sobre a ação que pede a liberação do aborto em caso de microcefalia no STF levei para o lado pessoal. Me senti ofendida. Me senti atacada”.


No vídeo, Ana Carolina defende o nascimento das crianças com microcefalia. “Através desse vídeo venho pedir a todos para pensar sobre a liberação do aborto de crianças com microcefalia. Essas crianças podem até nascer com deficiências, mas tenho plena certeza que vocês vão aprender e muito com elas. Elas têm direito de ter de vir ao mundo e viver, provando que são capazes.  Como eu, conheço outros cinco casos, aqui da minha cidade também, que foram capazes de superar seus limites”, afirmou a jornalista.




Foto: Arquivo Pessoal


Considerando a própria trajetória, Ana Carolina defende o nascimento das crianças com microcefalia


Chance

Ela conta que no dia em que nasceu, o médico falou que ela não teria nenhuma chance de sobreviver. “Tenho microcefalia, meu crânio é menor que a média. O doutor falou: ‘ela não vai andar, não vai falar e, com o tempo, entrará em um estado vegetativo até morrer’”. Em resposta ao prognóstico, Ana Carolina começou a andar com apenas um ano. Estudou, entrou na Universidade e acredita que é porta-voz das pessoas com microcefalia.


“Se vocês deixarem essas crianças nascerem, vão aprender muito. Primeiro, porque a microcefalia por ser uma doença rara, até então, não tinha estudos acerca dela. Então, essas crianças podem ajudar a Ciência a descobrir mais sobre essa síndrome. O segundo ponto é que a partir do momento em que você investir na melhoria dos tratamentos, você também vai investir em melhorias nos serviços da saúde pública para outras pessoas”, argumenta Ana Carolina.


Ao finalizar o vídeo, a jornalista aponta que a microcefalia não é uma ciência exata. “Não são todos casos que a síndrome é grave, isso varia muito. Não é justo impedir o nascimento dessas crianças. Elas podem mostrar a sociedade que são capazes, assim como eu sou, assim com essa criança que conheci recentemente vem se provando capaz. Deixem elas viverem”.

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