Imagem: Divulgação

As celebrações de natal e ano novo de 2020 terão novo significado para muitas famílias, vítimas da pandemia do coronavírus, doença que transformou o destino de milhares de pessoas ao redor do mundo. Só no Brasil mais de 186 mil óbitos foram contabilizados. No Ceará, as mortes se aproximam das 10 mil, segundo dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

O momento exigirá um novo olhar. Neste sentido que a Rede Memorial Fortaleza, por meio do Instituto Revoar montou uma rede de apoio e aconselhamento para as famílias enlutadas, especialmente, neste período. O trabalho vem sendo realizado de forma remota, tendo em vista a indicação do distanciamento social como principal medida de prevenção à doença.

Desde o início da pandemia o Instituto já atendeu cerca de 1.000 pessoas. O trabalho do Instituto Revoar tem auxiliado com ações de bem estar e psicossociais possibilitando novos caminhos para o encontro de significados na vida dessas pessoas.

De acordo com a presidente do Instituto Revoar, Patrícia Meireles, o luto, assim como o amor, é um sentimento único e particular. “Nós precisamos eliminar o tabu da morte e tratar desse tema com a naturalidade necessária. Principalmente em tempos de pandemia com as mudanças na rotina e o impacto na vida de tantas pessoas. Com a Covid-19 e a impossibilidade do ritual do funeral pelos parentes tornou a dor ainda mais intensa. O trabalho do Instituto é identificar o que a pessoa precisa e ajudar. Nosso trabalho é árduo, mas recompensador”, afirma a presidente do Instituto Revoar, Patrícia Meireles.

Entre parentes e amigos das vítimas falta aquele abraço apertado que ajuda a consolar o pesar. Tal fenômeno já foi visto em outros momentos da história, como na epidemia do HIV, entre os anos 1980 e 1990, e de ebola na África, no início de 2013, mas nada que já tenha sido visto em livros e filmes ajuda a amenizar a dor de quem se encontra de luto na atualidade.

O ano pandêmico trouxe várias lições. Desde o início da pandemia a Rede Memorial tem atuado diretamente no auxílio de diversas famílias promovendo eventos virtuais e físicos sobre saúde mental; programa de terapia gratuita; grupos de amparo ao luto e tanatologia. Segundo Elaine de Tony, psicanalista e vice-presidente do Instituto, as datas celebrativas como natal e ano novo acabam trazendo sentimentos intensos para as pessoas que perderam parentes. “Essas datas são muito dolorosas num primeiro ano tendo em vista que são as primeiras experiências. Recomendamos calma e paciência com o que você sente”, pondera.

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