Em maio, no Estado, o avanço do setor só ficou atrás de Goiás (4,8%) e Minas Gerais (4,6%). Na comparação com maio de 2020, cresceu 81,1%, o segundo melhor resultado do País, inferior apenas ao do Amazonas (98,2%), de acordo com o IBGE

 

De todos os índices econômicos, aqueles ligados à indústria estão entre os que melhor expressam a recuperação de um determinado mercado. No caso do Ceará, o resultado da produção industrial do mês de maio demonstra a força desse setor no Estado e traz boas perspectivas para o restante do ano. Naquele mês, o Ceará alcançou a terceira melhor taxa de crescimento da produção das indústrias, com alta de 4,4% na comparação com abril, acumulando crescimento de 25,3% no ano e de 10,8% nos últimos 12 meses.

Nesse período, o desempenho só ficou atrás de Goiás (4,8%) e Minas Gerais (4,6%). Na comparação com maio de 2020, a indústria cearense cresceu 81,1%, o segundo melhor percentual do País, inferior apenas ao do Amazonas (98,2%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A indústria local tem conseguido manter sua recuperação acelerada frente à recessão profunda sofrida no ano passado. Outro aspecto que garante consistência nessa recuperação é que este é o segundo mês consecutivo de incrementos na produção física na base de comparação com 2021, com pior resultado em março deste ano. Dessa forma, pode-se indicar que já existe uma recuperação da indústria e a expectativa é de que o período de mais baixa produção tenha sido superado”, afirma David Guimarães, pesquisador do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

“A recuperação da indústria do Ceará, com destaque em relação ao cenário nacional, se deve à capacidade de inovação e de reestruturação do industrial cearense, que soube se adaptar à pandemia, à liderança da Fiec, na pessoa do presidente Ricardo Cavalcante, que soube unir a indústria, buscar solucionar os gargalos para o desenvolvimento do setor, e buscar o foco das potencialidades do Estado, naqueles setores da indústria onde temos vantagens competitivas”, explica o economista Lauro Chaves Neto, membro do Conselho Federal de Economia (Cofecon).

Setores

Em maio, os setores que apresentaram os percentuais mais positivos, na produção industrial cearense, foram: fabricação de produtos têxteis (5.507,6%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (2.651,9%); e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1.296,2%). Também tiveram grande destaque os segmentos de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (1.044,7%); e fabricação de outros produtos químicos (214,6%).

“Quando nós falamos em indústria cearense, temos que dividir em dois eixos: de um lado, os setores tradicionais, como a indústria têxtil, de confecções, da construção civil, metalomecânica, mineração, entre outras. Do outro lado, temos os setores inovadores, como energias renováveis, economia do mar, economia da saúde, por exemplo. E tanto nos setores tradicionais como nos setores inovadores, a indústria cearense apresenta condições de um grande salto nos próximos anos. Temos que reforçar também a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), e o Complexo do Pecém, como âncoras para o desenvolvimento industrial cearense”, ressalta Lauro Chaves.

Brasil

O mês de maio foi positivo para a indústria brasileira, de uma maneira geral. De acordo com o IBGE, a produção industrial cresceu em 11 dos 15 locais pesquisados. A média nacional ficou em 1,4%, mas sete Estados ficaram acima desse patamar: Goiás (4,8%), Minas Gerais (4,6%), Ceará (4,4%), Rio de Janeiro (4,3%), São Paulo (3,9%), Mato Grosso (3,4%) e Espírito Santo (2,1%). Ainda registaram crescimento positivo os Estados de Pernambuco (1,4%), Amazonas (0,5%), Rio Grande do Sul (0,3%) e Santa Catarina (0,1%).

Quatro localidades tiveram queda na produção de abril para maio: Pará (-2,1%), Bahia (-2,1%), Paraná (-1,4%) e Região Nordeste (-2,8%), única região brasileira que tem a produção analisada pelo IBGE em conjunto.

No acumulado do ano, houve altas em 11 dos 15 locais pesquisados, sendo as maiores delas no Amazonas (27,1%), em Santa Catarina (26,7%), no Ceará (25,3%) e no Rio Grande do Sul (22,6%).

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