Na tarde de domingo, 13 de maio, quando a cidade vivia a festa de Nossa Senhora de Fátima e os desportista vibravam com a clássico rei (Ceará e Fortaleza na final do campeonato cearense de 2012), a Praia de Iracema experimentou momento de fé com a reabertura da Igreja de São Pedro, que passou por reforma interna para, conforme o Pároco da Catedral Metropolitana de Fortaleza – Padre Clairton Alexandrino de Oliveira – oferecer mais conforto aos fiéis. O altar e o piso da nave agora são de granito; o sistema de refrigeração foi ampliado e modernizado; quatro ícones sobre a vida do Padroeiro embelezarão as paredes.
A igrejinha, dedicada ao Apóstolo padroeiro dos que vivem da pesca, surgiu por iniciativa da devota Mariinha Holanda que, em 1934, formou uma comissão em prol da construção do templo. A Prefeitura doou o terreno localizado na confluência da Rua dos Tabajaras com a Av. Almirante Barroso (onde forma a Beira-Mar/ Presidente Kennedy que já foi Av.Presidente Vargas – mudaram o nome por quê?…) O lançamento da pedra fundamental foi no Natal seguinte, 24 de dezembro de 1935, em cerimônia presidida pelo Arcebispo Dom Manoel da Silva Gomes. A inauguração ocorreu em 22 de janeiro de 1939.
Um fato relevante na história da Igrejinha: em 23 de agosto de 1953 foi criada em Fortaleza a Paróquia Oriental de Nossa Senhora do Monte Líbano, do rito Melquita a fim de prestar assistência religiosa à colônia sírio-libanesa. A sede passou a ser na Igreja de São Pedro, tendo por vigário o Monsenhor Paulo Kalas, até o surgimento do prédio da atual Igreja de Nossa Senhora do Líbano, na Aldeota.
A Igreja de São Pedro foi projetada pelo arquiteto húngaro Emílio Hinko, radicado em Fortaleza e detentor do título de “Cidadão de Fortalezense”, concedido pela Câmara Municipal, pois legou à cidade belíssimas criações arquitetônicas, algumas já criminalmente destruídas pela ganância, fruto da especulação imobiliária. Integra a Paróquia de São José/Catedral Metropolitana de Fortaleza. Ao longo do tempo sofreu muitas alterações em sua estrutura. Basta dizer que tinha portas com o cimo em forma de triângulo, duas janelinhas no pé da torre e uma, mais acima, todas também com topo triangular, como triangular também era o cimo da torre, em forma de pirâmide aguda, tendo na extremidade uma cruz branca. A igreja foi muito modificada: as portas deixaram de ser triangulares; as janelas também; a torre deixou de ser aguda… Contudo, pode-se dizer que, com 77 anos de existência, a Igreja de São Pedro faz parte da memória da cidade, guarda valores culturais principalmente dos moradores do outrora elegante bairro da Praia de Iracema.
Artigo publicado no jornal O Estado de 14 de maio de 2012
Paulo Tadeu é jornalista – paulotadeus@gmail.com