Humanizar o atendimento médico e hospital é uma tendência irreversível, não apenas na área da saúde, mas em todos os segmentos da sociedade que envolvem prestação de serviços às pessoas. Nesse contexto, a assistência domiciliar desponta no cenário como uma iniciativa em prol da desospitalização, trazendo resultados positivos. Para gestores e técnicos da área de saúde, o ato de levar equipes multiprofissionais à casa das pessoas que necessitam de assistência, insumos e equipamentos, contribui significativamente para redução do risco de infecção hospitalar, além de promover um contato mais próximo com a família no aconchego do seu lar, fator relevante para recuperação do paciente que se sente “acolhido”. O Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), por exemplo, criou, em 2003, o Serviço de Assistência Domiciliar (SAD). Em julho de 2011, começou o Programa de Assistência Domiciliar Pediátrico (PAD PED).


Os principais objetivos do programa são realizar a desospitalização de pacientes crônicos ou sequelados, que necessitam do apoio da equipe multidisciplinar para poder retornar ao domicílio, prestar assistência domiciliar com segurança, qualidade e humanização, contribuir para a adaptação domiciliar e a integração no serviço de atenção básica de saúde, além de possibilitar o retorno das crianças altamente dependentes para o domicílio e a convivência com a família.


Segundo a diretora do SAD, Úrsula Wille, “desde o início do programa em julho de 2011, até junho deste ano, tivemos 33 pacientes atendidos. Como a maioria dos pacientes é dependente de ventilação mecânica, a rotatividade não é muito frequente”, justifica. A equipe multidisciplinar é formada por 11 profissionais de diversas áreas da saúde, dentre eles médico, enfermeiro, fisioterapeuta, assistente social, nutricionista, farmacêutico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, cirurgião-dentista e cirurgião pediátrico.

Critérios

Para ser incluído no PAD, o paciente deve estar totalmente acamado ou imobilizado, sem condições de tratamento ambulatorial e deve necessitar de cuidados especiais com supervisão da equipe multidisciplinar. Esses cuidados incluem curativos complicados, reabilitação, oxigenioterapia ou suporte ventilatório invasivo e não-invasivo, cuidados com ostomias (traqueostomias, colostomias, gastrostomias), tratamento paliativo em doenças terminais e complementação de tratamento e reavaliação.


Além do perfil e do interesse da família em receber o paciente no domicílio, o critério mais importante é possuir um cuidador, que será o responsável em prestar os cuidados necessários ao paciente. O cuidador recebe as orientações durante o período em que acompanha o paciente no hospital. A equipe multidisciplinar faz a supervisão, orientação e, quando necessário, realiza o procedimento no domicílio para facilitar o aprendizado. No caso de pacientes portadores de ventilação mecânica, as orientações devem ser ainda mais reforçadas, enfatizando sempre o fortalecimento com a família e a parceria da equipe.


Os pacientes atendidos pelo programa são acometidos pelas seguintes patologias: amiotrofia espinhal, encefalopatia crônica (portadores de sequelas neurológicas), distrofia muscular, miopatia congênita, miastenia, broncodisplasia pulmonar (pacientes prematuros com dependência de oxigênio) e trauma raquimedular.


Os pacientes assistidos pelo SAD recebem mensalmente os medicamentos e material médico hospitalar. Dependendo da necessidade do paciente, são fornecidos os equipamentos necessários para a assistência em domicílio como aspirador portátil, ventilador mecânico e concentrador de oxigênio.


Com informações do HGWA

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here