Uma simples imagem pode “quebrar” a internet. Na mesma velocidade que uma corrente do bem é alimentada, a internet pode ser dominada pela cultura do ódio. Intolerância religiosa, preconceito racial, homofobia, dentre outras incitações a violência, são presenças cada vez mais constantes no mundo virtual. Entre 2010 e 2013, a Ong SaferNet Brasil – que recebe denúncias anônimas de crimes e violações contra os Direitos Humanos na Internet – apontou que o número de páginas (URLs) denunciadas cresceu 203%.


Com o objetivo de debater a violência que, cada vez mais, permeia a web, a Agência da Boa Notícia (ABN) promove, no dia 11 de novembro, às 19 horas, no auditório Waldyr Diogo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o “Fórum Comunicação, Internet e Mídias Sociais – Uma reflexão sobre o crescimento da cultura do ódio através dos processos de comunicação”. Na ocasião, será realizada a entrega do Prêmio Gandhi de Comunicação 2015. Após a avaliação final, foram contabilizados 72 trabalhos inscritos nesta edição do Prêmio.


Para o presidente da ABN, Souto Paulino, e a diretora de comunicação, Ângela Marinho, é necessário e importante o debate sobre a cultura de ódio que cada dia ganha mais fôlego na internet. “As pessoas têm aquela ideia de solidão na frente de um computador e, muitas vezes, falam coisas que não falariam em público. Mas, existe um ódio permeando a internet, que gera, todos os dias, constrangimento, sofrimento, humilhação, desrespeito à dor e aos direitos do próximo. Muitas pessoas colocam imagens de gente morta, ferida, apenas pelo prazer de mostrar a violência, encorajando o desrespeito aos direitos do outro. Queremos trazer essa discussão, e para isso vamos contar com uma mesa formada por jornalistas e advogados, que debaterão os direitos e deveres na web em todos os sentidos”, explica Ângela.


Sobre o Prêmio Gandhi de Comunicação 2015, professor Souto Paulino destacou a relevância do concurso e a adesão de profissionais e estudantes da área. “Cada ano, temos mais trabalhos importantes e bem pesquisados, que dão força a filosofia do Prêmio Gandhi”.


Prêmio Gandhi

O Prêmio Gandhi de Comunicação chega à oitava edição. No total, o concurso vai distribuir R$ 48 mil e certificados em 10 categorias, das quais seis contemplam profissionais – jornalistas e publicitários -, com premiação no valor de R$ 6 mil para o vencedor ou equipe vencedora de cada uma delas, e quatro são voltadas para estudantes de Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda), com premiação de R$ 3 mil para autor ou equipe com o melhor trabalho de cada categoria.No total, foram inscritos 72 trabalhos, sendo 59 inscrições de profissionais e 13 de estudantes.


As categorias profissionais são: Jornalismo impresso (reportagem de jornal/revista), Telejornalismo, Radiojornalismo, Fotojornalismo, Jornalismo para Internet e Publicidade e Propaganda (campanha ou peça publicitária). As de estudante são: Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Comunicação Social; Mídia impressa/Jornalismo; Mídia eletrônica/Jornalismo; e Publicidade & Propaganda.

Saiba mais

A SaferNet Brasil oferece um serviço de recebimento de denúncias anônimas de crimes e violações contra os Direitos Humanos na Internet, contanto com procedimentos efetivos e transparentes para lidar com as denúncias.


Em nove anos, a SaferNet Brasil recebeu e processou 3.606.419 denúncias anônimas envolvendo 585.778 páginas (URLs) distintas (das quais 163.269 foram removidas) escritas em nove idiomas e hospedadas em 72.739 hosts diferentes, conectados à internet através de 41.354 números IPs distintos, atribuídos para 96 países em 5 continentes. As denúncias foram registradas pela população através dos sete hotlines brasileiros que integram a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.


Entre 2010 e 2013, aumentou 203% o número de páginas (URLs) denunciadas à ONG Safernet por divulgar conteúdos de intolerância racial, religiosa, neonazistas, xenofobia e homofobia ou por fazer apologia e incitação a crimes contra a vida. Em 2010, os internautas identificaram e denunciaram 6.990 destas páginas. Já em 2013, foram 21.205, das quais 11.004 estavam no Facebook, a rede social mais usada pelos brasileiros.


 

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