Este ano, em 3 de outubro, você vai votar. A Copa do Mundo terá passado. Cessarão pesquisas, debates e comícios. Até lá haverá de tudo para encantar você. Descubra, por si, a oportunidade de escolher candidatos (as) a deputado estadual e a federal, eleger dois senadores (as), um (a) governador (a) e um (a) presidente (a) da República. O horário eleitoral costuma ser quase ficção por conta da capacidade ilusionista dos marqueteiros, das promessas e alianças claras e espúrias.
Desde o ano passado um projeto de iniciativa popular, isto é, que brotou da esperança ainda viva do povo, corre na Câmara Federal. Deveria ter sido aprovado em abril, mas há protelação do colégio de líderes e da Comissão de Constituição e Justiça para que, nesta eleição, não seja ainda exigida a tal Ficha Limpa dos candidatos. Nesse caso, você é que deverá descobrir, por sua conta e risco, quem são os (as) candidatos (as) já condenados por crimes de diversas espécies. É sabido que alguns usam o mandato como forma de proteção para os seus desmandos, conluios e delitos.
Hoje, só é impedida de se candidatar pessoa já condenada por sentença transitada em julgado, sem possibilidade de recursos. Caso o projeto Ficha Limpa já houvesse sido aprovado, ficariam inelegíveis os candidatos condenados por colegiado de magistrados, independente da instância. Seus advogados têm por ofício a defesa de seus representados e criam chicanas ou tumultos processuais. O mais gritante nessa história é que nenhum dos 513 deputados foi o autor da iniciativa. E o colégio de seus líderes não chega a um acordo para a votação.
Coube ao povo promover a coleta de assinaturas que chega a um milhão e seiscentas mil pessoas. Movimentos populares, sem apoio de partidos ou entidades de classe, costumam ser ridicularizados e não contam com apoio da grande imprensa que, quase sempre, os rotula de sonhadores e deixa claro que, no mundo real, a história é outra. Assim, procure saber em quem vai votar. Não deixe para a última hora. Se você lida com a internet vá conhecendo quem pode merecer seus votos. Tente fazer uma pesquisa séria e não anule seu voto. Votar é um direito. Escolha bem. Faça a diferença.
* Artigo publicado em 02.05.2010 no jornal Diário do Nordeste e reproduzido neste site com autorização do autor.