O Brasil pontua requisitos relevantes para o seu crescimento sócio-econômico, como uma população trabalhadora, jovem em sua média; economia diversificada, com setores de alta tecnologia, um parque industrial voltado para o mercado externo; produção variada de mercadorias e serviços de maior valor.


Lastimável a constatação de que o maior “freio” apontado para um maior desempenho globalizado é a falta de políticas eficientes, contínuas e consistentes para educação, ciência e tecnologia, integradas entre si, sem compartimentar-se. Noutras palavras: faltam condições para uma interdependência com o mundo globalizado e deixa-se de alcançar um maior desenvolvimento compatível com as nossas potencialidades e redução da pobreza, registrada, vergonhosamente, por 50 milhões de miseráveis brasileiros, enquanto, o Indicador de Analfabetismo Funcional registra que 67% dos brasileiros têm interesse na leitura, mas inexistem bibliotecas em 1000 municípios dos atuais 5.564.


O valor da educação, no mundo contemporâneo, marcado pela universalização do conhecimento e globalização da economia, requer pessoas com capacitação tecnológica suficiente para que façam jus à promoção humana, à inclusão social e à plena cidadania. Para o Prof. Jorge Werthein, doutor em Educação da Unesco, “educação significa educar para a sociedade, para a convivência social e, enfaticamente, para a cidadania, exercício dos direitos e deveres do cidadão e consciência em ser agente do seu crescimento pessoal e coletivo”.


Numa leitura maior: a escola, além de dedicar-se a ensinar os sabores científicos, formar o cidadão ética e moralmente, habilitar as pessoas para a vida profissional, deve ter o objetivo maior: preparar as pessoas para o pleno exercício de seus direitos, ou seja: direitos humanos, civis, sociais e políticos. “Educação não é queima de dinheiro, é queima de ignorância”. A educação dá frutos e dividendos sociais e tem como foco maior resgatar o maior bem do ser humano: a sua cidadania.

 * Artigo publicado em 31.08.2009 no jornal Diário do Nordeste e reproduzido neste site com autorização do autor. 




João Gonçalves

– Membro da Academia Limoeirense de Letras

boscogoncalves@uol.com.br

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