As monjas que levam vida contemplativa, virtuosa e abnegadas e em  constante oração pelo bem da humanidade, somente tem contato com o público três  vezes ao ano: dia de Natal; Domingo de Páscoa  e no  dia 17 de Agosto – data dedicada a Santa Beatriz da Silva, fundadora da Irmandade das  Concepcionistas;  freiras consagradas a Nossa Senhora da Conceição. Em Fortaleza elas vivem na clausura do Mosteiro da Imaculada Conceição e São José, localizado na Avenida Visconde do Rio Branco, 2590,  Joaquim Távora, onde outrora abrigava o Carmelo (as Carmelitas atualmente estão no Condomínio Espiritual Uirapuru – CEU).


Do claustro as Concepcionistas somente saem em circunstâncias excepcionais e com autorização expressa  da Madre Superiora, pois fizeram votos de clausura. Deste modo, é preciso ser um momento muito especial para que as religiosas possam ausentar-se do Mosteiro. É o caso do dia de Eleição.


Assim, no Primeiro Turno tive a benção de encontrar uma delas nas dependências do Colégio Salesiano Dom Bosco, na Avenida Antônio Sales. Eu ali estava não como eleitor, pois já havia votado em outro local, mas  sim como curioso para conhecer as dependências internas daquela secular edificação cujas linhas arquitetônicas de convento, de abadia, sempre  despertam em mim invulgar sentimento de paz…


Numa das galerias que circundam o pátio, vi sair de uma das seções eleitorais a Irmã Celina. Fiquei deveras feliz, pois sou um de seus afilhados. Ou seja, pessoa nominalmente citada nas intenções das suas orações diárias. Que rezem para livrar-nos de todo tipo de violência e por nossa saúde. Amem! Tal apadrinhamento acontece a pedido do interessado por ocasião de uma das três visitas anuais ao Locutório do Mosteiro da Imaculada Conceição e São José. Ali, por trás de uma grade de ferro, elas alegremente falam com os visitantes, a maioria  familiares seus  que não  viam há muito tempo.


Não se tem acesso ao Mosteiro em si, pois funciona em regime de clausura. Está errado quem pensar que as monjas sentem falta do burburinho da cidade. Ou então que elas se sentem prisioneiras. Nada disto, são felizes e ali estão por um chamamento divino que as levou livre e espontaneamente a dedicar-se à vida religiosa contemplativa.


A Capela do Mosteiro é aberta cedinho, para a Santa Missa que de segunda a sábado  acontece às 6 horas, e nos domingos e dias santos de guarda  às 7 horas. As freiras permanecem no interior do  claustro e, através de uma vidraça, participam da Celebração Eucarística entoando benditos acompanhado por órgão. É um coral harmonioso, suave que transporta os fiéis a introspecção. Que Deus ilumine a todos neste Segundo Turno!.


Artigo publicado no jornal O Estado e reproduzido neste site com autorização do autor


* Paulo Tadeu é jornalista – paulotadeus@gmail.com

 

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