Já começa a aparecer nas pesquisas o rol das preocupações da população neste ano eleitoral de 2010. Diferente de 2006, saúde está no topo, seguida de educação e segurança. Revelação surpreendente? Nem tanto. O que se vê no dia a dia, no noticiário, nas imagens e na observação direta, nos postos e nos hospitais, nos ambulatórios e nas emergências, oferece o fundamento para a constatação das pesquisas.


O que surpreende, no caso, e até irrita, é se saber que temos um bem concebido sistema de saúde, o SUS, elogiado por países das mais diferentes situações sociais, ricos e pobres, emergentes e quase emergentes, e as mudanças radicais e eficazes não se incorporam no cotidiano do País. Há nós que não se desatam, há impasses que só se agravam, tudo atingindo a população que mais precisa do sistema. Os pobres, os que nada têm.


Jamais ouvi de algum gestor público a afirmação de que há dinheiro suficiente para sustentar os encargos da assistência à saúde. Sempre há queixas, para justificar, inclusive, as dificuldades na cobertura das equipes do SUS. É possível até que haja uma ou outra exceção para demonstrar a ação de gestores não equivocados nas suas prioridades.


Será apenas a carência de dinheiro a causa de tantos problemas na área de saúde?


Há aspectos para ligeira consideração. Primeiro, não haveria, em meio a tudo isso, um sério desafio a enfrentar no âmbito da gestão em saúde? Segundo, a fragilização do SUS por conta da vil remuneração destinada aos seus profissionais, é descabida. Conclusão: aí está um tema para a agenda dos candidatos neste 2010. Quem há de recusar o assunto?


* Artigo publicado em 11.06.2010 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização da autora.

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