Até 2025, o Brasil pode ter quase oito mil casos de câncer infanto-juvenil, é o que aponta uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). No entanto, 80% das crianças e adolescentes acometidos pela doença podem ser curados se tiverem um diagnóstico precoce e acesso a tratamento.
Conscientizar pais, profissionais da saúde e a sociedade em geral sobre os sinais de câncer infanto-juvenil é o objetivo do Setembro Dourado. A campanha busca alertar a sociedade através da informação, possibilitando o diagnóstico precoce.
“Quanto mais precoce o diagnóstico, quanto mais cedo essa doença é descoberta, maior a chance de curar esse paciente. E não só curar, mas curar com menos toxicidade e menos efeitos colaterais do tratamento”, afirma a dra. Cecília Lima da Costa, médica responsável pelo Departamento de Oncologia Pediátrica do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo.
No Brasil, o câncer representa a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes. Em entrevista para o Observatório do Terceiro Setor, a médica explica que a doença muitas vezes não é identificada de forma precoce por ter sintomas parecidos com os de doenças comuns.
“Um adolescente que sente dor na perna pode ter um tumor ósseo na sua perna ou no seu braço e, muitas vezes, isso é confundido com dor de crescimento. Uma criança, por exemplo, que sente uma dor de cabeça durante a brincadeira ou então acorda à noite com dor de cabeça, pode ter um tumor cerebral. A mudança de humor, de comportamento de uma criança, pode ser um tumor cerebral”.
Os sintomas de câncer podem incluir febre sem causa aparente, falta de apetite, dores ósseas ou de cabeça, vômito, manchas na pele, sinais neurológicos e caroços no corpo. Para haver o diagnóstico precoce, a oncologista sugere que as crianças façam acompanhamento com um pediatra regularmente.
“Se a criança tem algo que preocupe os pais, deve ser levada ao pediatra e, enquanto os sintomas não melhoram, precisam ser feitas investigações. O paciente não pode ser abandonado”.
Fonte:Observatório 3º Setor