Os múltiplos desafios do mundo contemporâneo têm exigido da sociedade e de suas instituições uma grande maleabilidade para rever, redirecionar e aperfeiçoar condutas visando o enfrentamento de problemas emergentes.


No campo da Segurança Pública, tal lógica social também tem pressionado a superação de velhos paradigmas de atuação policial, reposicionando esforços institucionais não só para a defesa de um Estado abstrato, mas para a proteção de um cidadão real, permeado por necessidades/potencialidades e incorporado a um contexto urbano desafiador, complexo e extremamente dinâmico.


Nesse sentido, pode-se afirmar que a construção de uma Segurança cidadã deve alicerçar-se no estabelecimento de parcerias proativas entre instituições policiais e cidadãos, beneficiando-se do somatório de esforços e do compartilhamento de responsabilidades sociais em prol da promoção de cultura de paz sustentável e do estabelecimento de políticas públicas alinhadas às reais necessidades e especificidades do mundo atual.


No entanto, apesar da existência de dispositivos nacionais e internacionais que preveem, legitimam e defendem o referido modelo de polícia comunitária e cidadã, não há como negar que maniqueísmos ideológicos ainda obstacularizam a maximização de parcerias entre povo e Polícia. Principalmente por atores que se acomodam na reprodução acrítica de modelos herdados de seus antepassados, absorvendo e disseminando conservas culturais que por vezes se mostram desagregadoras e impermeáveis às evoluções paradigmáticas.


Assim, o aprimoramento da Segurança Pública na perspectiva de torná-la verdadeiramente cidadã ganhará força na medida em que toda a sociedade assuma um compromisso sistemático com os valores democráticos (que perpassam o cumprimento de direitos e o exercício de deveres). Onde o cidadão se reconheça como beneficiário e construtor dessa evolução e que os policiais incorporem em suas práticas o modelo transformador da polícia servidora, assumindo seu papel pedagógico como agente qualificado de uma Segurança moderna voltada à defesa dos direitos humanos e à promoção da cidadania.


* Artigo postado em 01.09.2010 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor.


Fonte: PM Bernardo Antonio Aguiar Caetano é Orientador da Célula de Suporte à Defesa Social da Sec. de Segurança – (fone: 85 3101 2519)

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