Faz tanto tempo, estava cobrindo, como repórter do O POVO, movimento grevista de professores, com assembléia na Cidade da Criança, centro de Fortaleza. Uma professora, em conversa informal, pergunta se não me entediava por fazer todo dia as mesmas tarefas. – Mas não faço todo dia a mesma coisa, respondi.

Isso não mudou. O ritual pode até se repetir, mas a pauta a cumprir tem diferentes e imprevisíveis abordagens e sugestões. Tudo se transforma, então, num exercício diário que surpreende e envolve o jornalista no enfrentamento dos fatos a noticiar. Repito: nada mudou.

Este é um dos aspectos da nossa atividade profissional que dá ânimo, coragem e vontade para o desvendamento de pautas, o contato com as fontes e a elaboração de conteudos sob nossa responsabilidade. Se assim não ocorre, então a prática fica difícil e penosa. E cansativa. Um desencanto.

A Agência da Boa Notícia pede-me para focar as empresas de Comunicação e a atuação do profissional nas áreas do Jornalismo e da Publicidade, sem excluir um olhar sobre as coberturas jornalísticas dos fatos cotidianos e sobre o que a Publicidade “vende” para o público.

Tomarei como ponto de partida, para uma breve abordagem, algo que nem é presunção nem é postulado, mas um imperativo que se finca diante das empresas para a garantia da sua sobrevivência: a credibilidade. Para a garantia da sua imagem, comprometida, a cada dia, com suas formas de desempenho no meio social, no trato com os fatos por este produzidos.

A credibilidade se constrói pelas mãos e pelo talento dos profissionais, seja no Jornalismo, seja na Publicidade, através das variadas visões elaboradas na simples redação de um texto jornalístico ou no traço inicial de uma peça publicitária.

A credibilidade se constrói, desde sempre, através da saudável convivência entre as partes que se envolvem no dia-a-dia para oferecer ao leitor um produto bom. As empresas e os seus profissionais lidam, assim, com desafios permanentes.
A mim faz falta uma cobertura mais completa de acontecimentos que estão próximos e exibem faces de indiscutível valor jornalístico. Temos na Imprensa do Ceará repórteres talentosos, de texto primoroso, forçados à limitação das notícias ligeiras.

A mim não passa sem percepção a qualidade do trabalho produzido em agências de publicidade do Ceará, como não diminui minha rejeição às mensagens que pretendem conquistar consumidores no grito espalhafatoso.

Mas a Agência da Boa Notícia é exigente e quer saber dos desafios que se põem diante do que exigem a audiência, o leitor, a concorrência. E qual o papel do profissional nesse contexto.

Sucintamente: pratiquem o bom jornalismo e pensem, todo dia, que o que está em jogo é a defesa dos direitos sociais. O resto virá por acréscimo.

Ivonete Maia
– Jornalista. Presidente da Associação Cearense de Imprensa (ACI) e ouvidora da reitoria da UFC
ivonetemaia@hotmail.com

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