Dandara é um problema meu? Eu respondo: sim, ela é! Mas ela não é nada minha, não existe nenhuma ligação entre mim e ela. Mas existe latente a dor causada pelo infortúnio que ela viveu, digo,  que ela sofreu. Ela era da mesma carne que a minha. Ela não era uma COISA. Ela era de corpo e alma:a essência da vida. Um ser humano que tinha o direito de viver.  Dandara, em seu corpo batia um coração e ninguém tinha o direito de silenciá-lo.  


Dandara, não sou indiferente à tortura que esses perversos cruéis que lhe impuseram. Sou contrária a toda forma de crueldade, de tortura, de preconceito, de intolerância. Acontecimento como este me faz redimensionar a maldade que habita na mente do ser humano e o quão monstruoso pode ser o comportamento de alguns.


Ah Deus o mundo tornou-se terreno infértil para o amor, o respeito, o acolhimento, a compreensão.


A maldade não está só do lado de fora da nossa janela. Ela caminha “pari passu” conosco, nos avizinha. A violência brutal que ceifa vidas de inocentes, nos causa mal, nos adoece a alma.


Escrevo porque quero que essa miséria chamada intolerância não se perpetue. Escrevo porque a indignação não se cala dentro de mim.  Escrevo porque NÂO aceito viver em um mundo em que tantas Dandaras foram e ainda serão dizimadas.


Dandara é sim um problema meu! Dandara é um problema nosso! Dandara é a dor que extravasa o peito. Dandara é sinônimo de LUTA por uma sociedade mais fraterna.


Mavis Rios – Major da Polícia Militar do Ceará

riosmavis74@gmail.com

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