A malandrice existe desde o começo dos tempos. No Éden vemos o invejoso Caim eliminando o irmão Abel e desculpando-se: – “Acaso sou o guarda do meu irmão?…” Há quem arquitete um logro só por maldade. Outros só se realizam quando “passam rasteira” no próximo – um complexo de superioridade que contrasta com a mensagem de Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos outros”. O craque Gerson, com extrema boa fé e honestidade, concebeu a lei da vantagem, obviamente inspirado no futebol cujo objetivo é a vitória. Até aí tudo bem! Mas esse negócio de brilhar à custa do sacrifício alheio não é cristão nem humano. Não façais a outrem o que não quiserdes que vos façam – eis um grande lema para viver em paz.


Conheci um advogado, cidadão justo e competente, ora morando no segundo andar, que costumava dizer: “Trabalho o dia inteiro; vou ao extremo no exercício da minha profissão. Tudo isso para, à noite, sem qualquer preocupação, tranquilamente entregar-me nos braços de Morfeu”. Mas hoje a coisa é bem diferente. Às vezes somos importunados por malévolos telefonemas de malandros com injustas falas que, além de falsas e mentirosas, revestem-se de um criminoso vírus que se inocula em nossa imaginação roubando-nos o sossego e o sono. E vem-nos à lembrança a figura daquele general inglês, o imortal ícone do escotismo mundial – Baden-Powell – que nos ministrou tão sublime lição: “O que mais vale neste mundo é procurar dar um pouco de felicidade à vida dos outros”.

* F. Silveira Souza é advogado e escritor

Artigo publicado no jornal Diário do Nordeste de 15 de março de 2015

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