Embora fake news não seja algo novo, foi revigorado a partir da explosão das informações geradas ou compartilhadas nas redes sociais, pois houve um barateamento na produção e disseminação de conteúdos, saindo o polo emissor das mãos apenas dos jornalistas e ganhando escala entre os cidadãos comuns. A pós-verdade ganha até verbete nos dicionários Oxford, em 2016, depois da eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e a votação do Brexit, na Inglaterra. Quando apelos emocionais são mais eficazes para mobilizar a opinião pública do que a verdade, riscos enormes ameaçam as sociedades democráticas. Outra faceta da pós-verdade é o avanço do consumo, pois momentaneamente nos deixa calmos e saciados, mas essa sensação é frugal como um brigadeiro gourmet. Desconectamo-nos da natureza e mergulhamos na inteligência artificial – tudo para romper o limite do real. Alteramos o corpo, construímos a persona idealizada por meio da tecnologia, mas esquecemos de abastecer o espírito. Só o silêncio, a ética e a conquista de sua divindade interna podem transformar a pós-verdade. Como dizia Buda, três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade.

Autora: Pollyana Ferrari
Editora:Armazém da Cultura
N° de páginas: 176

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