Apesar de vigorar desde 2009, o novo acordo ortográfico provoca, ainda, muitas dúvidas na hora da escrita. Nesta coluna, Pedro Valadares, jornalista especializado em revisão de texto e coordenador do Clube do Português, ensina como entender o básico das mudanças relacionadas ao uso dos acentos e do hífen.
|
O novo acordo ortográfico é o único formato da língua reconhecido no Brasil. O objetivo é unificar a escrita brasileira e a das demais nações de língua portuguesa: Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O acordo está em vigor desde 2009, apesar de a vigência ainda não ser obrigatória. Entre 2010 a 2012 ocorreu a adaptação completa dos livros didáticos às novas regras. Desde o dia 1º de janeiro de 2016, a vigência é obrigatória em todo o território nacional.
Entre as mudanças na língua portuguesa ocasionadas pela reforma ortográfica, destacam-se o fim do trema, alterações da forma de acentuar palavras com ditongos abertos e que sejam hiatos, supressão dos acentos diferencias e dos acentos tônicos, novas regras para o emprego do hífen e inclusão das letras w, k e y ao idioma.
Apesar de vigorar desde 2009, o novo acordo ortográfico provoca, ainda, muitas dúvidas na hora da escrita. Nesta coluna, Pedro Valadares, jornalista especializado em revisão de texto e coordenador do Clube do Português, ensina como entender o básico das mudanças relacionadas ao uso dos acentos e do hífen.
Uso dos acentos
1) Não se acentuam mais os ditongos ‘oi’, ‘ei’ e ‘eu’ em palavras paroxítonas.
EX: ASSEMBLEIA, IDEIA, POLAROIDE
2) Caíram os acentos diferenciais de:
– PARA (VERBO) – Ele para para ver o que aconteceu;
– PERA (FRUTA) – Comeu um doce de pera;
– POLO (SUBSTANTIVO) – Aquele cidade é um polo vinícola;
– PELO (CABELO) – Chegamos ao mundo nus em pelo.
OBS: Os acentos de pôde e pôr continuam valendo.
OBS²: Os acentos para diferenciar terceira pessoa do singular da do plural também continuam valendo.
ex: TEM E TÊM, VEM E VÊM.
OBS.: Há mais regras, mas os casos citados acima são os mais recorrentes e o ajudarão bastante na hora de redigir um texto.
Uso do hífen
Dentre as alterações no uso do hífen, destaco aqui as principais.
1) Letra H
Sempre haverá hífen quando a segunda palavra se iniciar com H.
ex: Anti-higiênico, anti-heroico.
OBS: Os prefixos “in-” e “des-” sempre grudam na palavra.
ex: Desumano.
2) Letras iguais
Mantém-se o hífen, quando a primeira letra da palavra for igual à última do prefixo.
ex: Anti-inflamatório.
OBS: Quando as letras forem diferentes, não há hífen.
ex: Antioxidante, contratempo.
3) Letras R e S
Quando o prefixo terminar com vogal e a palavra começar com R ou S, não há hífen e dobra-se a letra inicial da palavra.
ex: Contrarregra, minissaia.
OBS.: Se o prefixo terminar em consoante, mantém-se o hífen.
ex: Sub-reino, super-resistente.
Casos especiais
Mantém-se o hífen em palavras formadas com os prefixos vice, ex, pró, pré e pós.
ex: Vice-diretor, ex-presidiário, pré-escolar, pró-labore, pós-graduação.
OBS.: Pré, pós e pró só mantêm o hífen se forem acentuados.
ex: Prefixo. (Fala-se “prêfixo” e não “préfixo”).
Nunca se usa hífen com os prefixos co, re, des, in e a.
ex: anormal, coordenar, relançar, infiel.
OBS.: Há mais regras, mas os casos citados acima são os mais recorrentes e o ajudarão bastante na hora de redigir um texto.
BÔNUS
Como bônus extra, confere esse vídeo com duas super dicas sobre crase.
Inscreva-se para fazer parte do clube de português gratuitamente e receber dicas para te deixar afiado na língua – http://eepurl.com/b5exUr
Veja mais no nosso canal do Youtube – https://goo.gl/VhBR7o
Curta nossa página no Facebook– https://www.facebook.com/portuguesdicas/