Segundo estudo divulgado pela Macquarie University, da Austrállia, os cangurus podem ser os grandes aliados no tratamento de lesões no joelho. Os tendões desses animais se mostram promissores para a substituição de ligamentos danificados, e os testes em humanos devem começar no ano que vem.
A ruptura do ligamento é comum, principalmente em atletas, e um dos principais problemas é que o tecido danificado não pode ser costurado novamente e deve ser substituído por algo que o corpo possa usar como um tipo de alicerce. Atualmente, o comum é que as substituições sejam feitas usando um tendão retirado de outra parte do corpo do paciente, como a coxa ou da patela. Entretanto, há alguns problemas como o período de dor e reabilitação, já que o paciente passa a ter duas feridas cirúrgicas para se recuperar e a parte do corpo utilizada para a substiuição pode ser enfraquecida pela perda.
O cirurgião ortopédico Nick Hartnell, médico responsável pelos estudos com os cangurus, começou a observar o comportamento desses animais na natureza e, a partir desses estudos, passou a investigar o quanto de sua habilidade atlética poderia estar relacionada à maneira como seus tendões foram formados e se eles poderiam ser usados para substituir ligamentos humanos rompidos. Em comunicado, o pesquisador conta que já esperava resultados positivos, mas os testes iniciais mostraram que eram ainda melhores do que suas expectativas indicavam.
“Os cangurus conseguem saltar até 12 metros e pular a 70 quilômetros por hora. Descobrimos que ele possuem tendões até seis vezes mais fortes do que os dos humanos e são a melhor coisa que você poderia desejar ao reconstruir o tecido conjuntivo. Eles são biologicamente superiores no que diz respeito aos tendões, e atualmente todo esse potencial está sendo desperdiçado”, comenta.
O grupo também desenvolveu uma maneira de garantir que não sejam rejeitados após o transplante, o que é outro grande desafio. Embora já tenham uma noção do que pode ser feito, deve ser colocado em prática ao longo de estudos futuros para que a eficácia e a segurança sejam asseguradas. A equipe liderada pelo dr. Nick HartnellMas acredita não apenas que os tendões dos cangurus não serão rejeitados, mas também que serão mais resistentes e duráveis do que qualquer outra opção atualmente disponível.