Em pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o número de casos de jovens que sofrem humilhação e constrangimento está crescendo em demasia. 46,6% das crianças e jovens que participaram da pesquisa afirmaram já ter sofrido bullying. A Agência da Boa Notícia conversou com a psicóloga e pedagoga Ercília Macêdo acerca do assunto.



Foto: Arquivo pessoal


Por Márcia Rios


Em pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de casos de jovens que sofrem humilhação e constrangimento está crescendo em demasia. 46,6% das crianças e jovens que participaram da pesquisa, afirmaram já ter sofrido bullying e dois em cada dez estudantes já praticaram bulliyng. Mas, afinal, o que é o bullying? A Agência da Boa Notícia conversou com a psicóloga e pedagoga com experiência de vinte anos de magistério, Ercília Macêdo, que fala da relação pais/escola e da importância de  mais oportunidade de discussão sobre o assunto.

(Agência da Boa Notícia) O que é o bullying?

Ercília Macêdo – Pode  ser entendido como violência  física ou verbal, com o intuito de causar dor e constrangimento à pessoa agredida. Caracteriza-se de diversas formas: violência moral, que se dá  por meio de gozação, intimidações e insultos, permeados de intencionalidade, crueldade. Essas ações geram  danos emocionais e acontecem em diversas esferas sociais.

(ABN) Em qual idade escolar costumam aparecer mais casos?

Segundo os casos observados na escola, os níveis  de idade com mais frequência de bullying, são dos 7 aos 16 anos. É a idade em que acontecem as transformações do corpo, da voz e de comportamento em relação às mudanças que as crianças e adolescente, ainda não sabem lidar. Para o pensamento da contemporaneidade, essa violência  pode ser compreendida como a síndrome denominada bullying. Vale salientar ser uma síndrome silenciosa e como é nova, ainda não recebeu um nome português.

(ABN) Como saber se uma criança ou adolescente está sofrendo o bullying na escola?

Existem vários sinais que podem ajudar a identificar quando crianças e adolescentes  estão sofrendo bullying. Falta de interesse em ir para a escola, tirando notas baixas, não querer se alimentar, comer em excesso, se isolando, não querendo sair com amigos.No caso de crianças, choro constante ou ataque de fúria. Geralmente alunos com maior chance de ser vítima de bullying, são os mais tímidos os que usam óculos e aparelhos. São essas que merecem mais atenção dos pais e da escola.

 
(ABN) O  bullying só ocorre no ambiente escolar?

Não. Atos de bullying podem acontecer em qualquer ambiente. Basta a presença das vítimas e dos agressores. Com mais frequência na escola devido à quantidade de crianças e adolescentes na mira dos valentões. Além do bullying presencial, no mundo virtual, também ocorre bulliyng, pela facilidade que os meios eletrônicos proporcionam. Vale salientar que tanto um quanto o outro prejudicam o desenvolvimento da criança.

(ABN) Como os pais ou responsáveis podem ajudar caso constatem que seus filhos sofreram agressões físicas ou psicológicas?

Envolvendo-se mais na vida cotidiana dos filhos, participando de reuniões escolares, procurando maneiras de educar e ensiná-los a se defenderem e se fazerem mais presentes na vida dos filhos. Nesse sentido, os pais precisam entender que a necessidade de educar está com eles.

(ABN) E o que fazer quando o filho é o agressor?

Essa é a parte mais difícil de solucionar. Geralmente, país de agressores, dão razão aos filhos, o que só fortalece a violência dos filhos valentões. Além do mais, o agressor envolve grupos que agem por orientação dos mentores de agressões.

(ABN) Você acredita que o bullying é discutido como deveria no Brasil?

Não. À  proporção que vem tomando esse tipo de agressão, o assunto precisa ser discutido amplamente. Nessa discussão é necessária a participação das crianças, adolescentes e jovens, no sentido de amenizar uma violência que como “síndrome da modernidade”, só tem causado danos psíquicos. Se as discussões ficam resumidas as reuniões com professores ou em pequenos grupos, os maiores agressores, só ganham espaço para agirem livremente. No momento, pode se considerar o bullying, como um tema importante para ser discutido com todas as classes de estudantes. Afinal, é uma violência que acontece em todos os níveis sociais.


 

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