Recentemente um adolescente foi seriamente espancado por colegas de escola, embora fora de suas dependências, num estabelecimento escolar do governo do Estado, sendo esse episódio classificado como bullying.


Na verdade, bullying é coisa antiga. Coisa tipicamente de aluno. Quem nunca foi chamado de algum apelido, em especial, depreciativo, motivo de chacota para os demais colegas, muitas vezes, levando esse estigma para o resto da vida? E quanto mais cabimento fosse dado ao apelido feito, mais certa a chance de perdurar para todo o sempre, como uma tatuagem, uma marca indelével.


Outros, por sua vez, eram alvos de agressões físicas, batidas na cabeça, puxões de orelha e por aí vai. Geralmente isso era feito pelo “valentão” na frente de seu “séquito”, um grupo de seguidores fiéis a se esconder sob uma falsa imagem de invencibilidade.


O problema é que o bullying, nos dias de hoje, parece cada vez mais sofisticado, cada vez mais perverso, cada vez mais violento, onde a força bruta predomina.


Nesse contexto, é preciso que os educadores, em especial, fiquem atentos a esse tipo de prática cruel, uma vez que são as pessoas que convivem no ambiente escolar, portanto, capazes de detectar tais atitudes, ao contrário dos familiares, que muitas vezes nem percebem o sofrimento do filho, da filha, até porque, este ou esta não participam tal detalhe de suas vidas, por medo, por vergonha e por diversas razões que somente quem sofre o bullying é capaz de saber.


Muitas vezes, nem mesmo os pais daquele que pratica o bulliyng, aterrorizando os outros, consegue detectar essa atitude inadequada do filho, que geralmente se mostra adorável e sociável no meio familiar, uma figura de conduta irrepreensível. Noutras situações, tomando conhecimento do fato, os pais não acreditam que o filho seja capaz de tais barbaridades, sendo tudo invenção de quem não tem o que fazer.


Quem sofre o bullying deve encontrar a melhor maneira de enfrentar tal problema, contando com a ajuda não só da família, mas também de profissionais.


No entanto, o governo deve desestimular tais práticas perniciosas, mediante campanhas de esclarecimento à sociedade, estabelecimento de um diálogo maior entre família e escola, capacitação de professores e educadores para detectar o problema e adotar as providências adequadas.


Diante da notícia desse adolescente espancando, fica a preocupação dos pais em relação ao que pode ocorrer com os filhos quando na escola. O que fazer?

Artigo publicado no jornal O Estado e reproduzido neste site com autorização da autora

* Grecianny Cordeiro é promotora de Justiça

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here