Um dos desafios mais essenciais para pensar “o ser e estar no mundo” na atualidade, diz respeito à rigorosa compreensão do lugar ocupado pela comunicação, especialmente em sua versão midiática. É fundamental para a compreensão da contemporaneidade perceber as sociabilidades estruturadas pela avalanche de comunicação e de informação na sociedade.
Essas sociabilidades estão compostas de espaços geográficos e eletrônicos, convivências e televivências, globalidade e localidade. O mundo a que assistimos diariamente nos telejornais, buscamos na internet, lemos nos jornais e revistas é produzido dentro das normas e regras do campo jornalístico que, ao dar visibilidade aos múltiplos campos do conhecimento, os submete a seus processos dde escolha, marcados pelas crenças, ideologias, interesses e estratégias.
No processo de produção da notícia, os jornalistas ao selecionarem determinados fatos excluindo outros, organizam, sistematizam, classificam e hierarquizam a realidade. Ou seja, a mídia impõe para a sociedade um pacote de informações que em último caso, traduz-se como a própria realidade e vai mais além, pauta as discussões, o pensamento e as articulações do cidadão em todas as regiões do país.
As notícias sobre as cidades, os fatos, os eventos e a cultura, assumem a dimensão da totalidade. A questão que se coloca de forma sistemática nos fóruns de discussão refere-se ao papel dos meios de comunicação na hora de determinar quais são os assuntos que estão no centro de atenção e de ação públicas.
Estamos vivendo um momento ímpar da humanidade. É urgente uma estratégia planetária em defesa da natureza, necessitamos de ações na direção de reconstrução do planeta, precisamos implantar a paz entre as nações, as etnias, as tribos, os grupos políticos, enfim, toda a sociedade. Felizmente, já existe uma reflexão vigorosa ao redor do mundo sobre o papel da mídia na construção de um mundo melhor, como agente de benefício para todos os cidadãos.
Ao reger-se pelo critério de noticiabilidade que impõe o inusitado, o sensacional, a grande mídia deixa de lado parte considerável de fatos positivos por demais importantes para esta construção determinada e corajosa da paz mundial. Desse modo é inegável a importante contribuição do campo jornalístico para a produção social de outra realidade nas sociedades contemporâneas. A proposta é que todos os comunicadores reflitam sobre o seu papel social e assumam uma perspectiva que se contraponha ao que está estabelecido nos mais variados veículos de comunicação: a prioridade do fato violento, sensacionalista e que dê lugar a mensagens e imagens de fatos reveladores e inspiradores da paz mundial.
Roberto Maciel
– Jornalista
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