O assunto, finalmente, ganhou a devida importância no Brasil, quando o Conselho Federal de Medicina assumiu sua esperada função e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia discutiu o problema como tema principal, em seu Congresso nacional, realizado há poucos dias no Rio de Janeiro. E, mais importante, tornou-se um problema conhecido nacionalmente, quando  a TV Globo transmitiu, no seu programa Fantástico, informações e provas do uso inadequado e de conduta anti-ética de médicos brasileiros, inclusive alguns conhecidos cearenses.

 

O fato é de extrema gravidade tendo em vista que a base fundamental da chamada “medicina antienvelhecimento” é que a mesma tem o suporte da indústria farmacêutica, uma das mais ricas e poderosas do mundo.

 

Além disso, sabemos que sua atuação, muito inteligente, se faz principalmente: (1) Pela doação de verbas para grandes e famosas universidades e instituições de saúde, realizarem trabalhos de pesquisas em assuntos correlatos, envolvendo renomados professores e pesquisadores e (2) Também adotando uma conduta de aplicação dos estilos de vida saudáveis, principalmente a atividade física, o  não uso de elementos como o fumo e álcool, com a prática fundamental de uma alimentação saudável,  envolvendo importantes e ricas industrias alimentares.

 

Como interessado no assunto do envelhecimento, ainda no meu tempo na OMS, comecei a analisar a proposta da medicina antienvelhecimento desde o seu início, há 25 anos. Ao regressar para Fortaleza, e já em 2003, criamos a ACLON (Academia de Ciências da Longevidade) onde continuamos estudando os problemas da vida longa, inclusive o antienvelhecimento. Foi quando, em 2005, ao participar de um evento em Nova York e visitando o famoso Centro Internacional de Longevidade (ICL), com ramificações em muitos países do mundo, fui advertido pelo seu Diretor, Dr. Robert Buttler, sobre o perigo dessa Medicina, com as suas complicações e para-efeitos. E mais, pelo seu poder econômico. Mesmo nos Estados Unidos, a proposta tem se desenvolvido, apesar de todo o conhecimento existente. Lá, somente são considerados os casos de processos individuais de pessoas prejudicadas por esses medicamentos.

 

Ao regressar, evidentemente, dissolvemos a Academia, com a devida informação para o nosso Conselho Regional de Medicina.

 

Daí, também a nossa advertência  para que não utilizem essa poderosa e prejudicial “medicina”  e que a nossa população atingida, faça também a devida acusação, nos órgãos competentes. Preocupa-nos, ainda mais,  devido a prática brasileira do uso exagerado de medicamentos. E nossos idosos adoram tomar remédios.

 

Por isso este nosso aviso (antes tarde do que nunca): até o presente momento nenhum medicamento foi demonstrado ser “anti” o processo de envelhecimento.


* Artigo publicado no jornal O Povo de 5 de setembro de 2012 e reproduzido neste site com permissão do autor

 
Dr. Antero Coelho Neto é médico e professor

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