De dois em dois anos o País entra em ebulição por conta das eleições para cargos majoritários e proporcionais. Tudo é objeto de partidarização, em todas as instâncias da gestão pública, na discussão e no encaminhamento de políticas voltadas aos mais diversificados setores de atividade, sem exclusão. Mesmo nos mais simples atos coletivos está presente o interesse do partido A ou B, a diretriz dada, o fim a que se quer chegar, instituindo-se caminhos legítimos de discussão ou optando-se por desvios cavilosos que só confundem e nada constroem.


Neste 2010, particularmente, dada a conjuntura em que se coloca a sucessão presidencial, há episódios a demonstrar cabalmente que a campanha não será edificante, fundando-se, preferencialmente, em acordos e barganhas que nada têm a ver com o interesse coletivo, muito menos com os anseios e as necessidades da Nação. E, neste ponto, os chamados grandes partidos são os timoneiros, com os pequenos na condição de caudatários. Haverá exceção nesse contexto?


De um lado, constata-se o aparecimento de vozes que clamam por inclusão, nas plataformas eleitorais, de temas, situações e questões ligadas aos problemas que teimam em se agravar, infelicitando ponderável parcela da população sem

meios para a construção de uma vida decente.


De outro lado, percebe-se a busca de compensações, o interesse mesquinho, as vantagens pessoais a tomar corpo, conduzindo pactos e assinalando compromissos. Dizem que é assim mesmo e ingênuos são os que ainda se espantam com os métodos já incorporados, assimilados e compreensivelmente aceitos pela maioria.


Mais uma vez, neste 2010, ficarei na imensa plateia dos ingênuos, com os meus espantos.


* Artigo publicado no jornal O Povo de 15 de março de 2010 e reproduzido neste site com autorização da autora.

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