A grande importância do amor como um dos elementos condicionantes de nossa Qualidade de Vida e também Longevidade, somente foi conhecida e destacada pelos pesquisadores há poucos anos. Amor, qualidade de vida e longevidade eram sempre analisados como condições independentes.
Amor tem sido assunto de grande destaque e de ampla e belíssima significação por escritores, poetas, cantores e religiosos. Mas na minha infância e até poucos anos atrás a palavra Amor era reservada para configurar a procurada situação emocional entre sexos opostos ou, o amor à Deus.
Meu pai, jamais disse que me amava e eu sei que era isso o que ele sentia pelos seus filhos..Maravilhas sobre o Amor foram escritas de várias maneiras, desde há muitos séculos, passando pelo filósofo grego Platão quando descreveu seu tipo de Amor com ampla e belíssima interpretação que, depois, muitos confundiram com a de um amor impossível. Mas somente há poucos anos as ciências modernas têm revelado que, quando se ama há uma grande mobilização de nosso corpo físico com a elaboração dos chamados neuro-transmissores da felicidade, satisfação, prazer e bem estar (serotonina, acetil-colina, noradrenalina, etc) acarretando uma melhoria da nossa qualidade de vida e também de nossa maior longevidade.
Quem ama mais, vive mais e melhor! Por isso a nossa campanha para que o termo “amor” tenha o seu importante destaque e seja também utilizado entre os homens. Sem a necessidade de uma confusão com o homossexualismo.
Nas mulheres, a permanência por mais anos de vida elaborando o hormônio do crescimento e de mais melatonina (a glândula pineal que fabrica este hormônio permanece mais anos na mulher) fazem com que elas vivam mais (no Brasil 8 anos) que os homens. E como se acostumaram desde o princípio a amar na expressão maior do termo, tem sua qualidade de vida facilitada para melhor.
E o amor do idoso e da idosa? Continua a vantagem para as “nossas” mulheres idosas que, muito frequentemente, amam sem grandes interesses e de uma maneira mais “doce”, alegre e mais permanente. É neste importante momento de minha vida, quando faço uma análise mais detalhada do meu presente e passado, de minhas memórias, que eu encontro diversos momentos em que deveria ter amado mais, dado mais de mim, oferecido mais carinho. Mas eu não sabia o que sei hoje em dia, não tinha o conhecimento para tais transformações de comportamento pois arrastava a pesada carga de uma herança de preconceitos e repressão cultural.
Muitos homens idosos pensam e agem ainda de uma maneira teimosa de não querer mudar. “Eu sou assim mulher e você tem que me aguentar”. E elas aguentam sim, até a nossa partida quando então elas contratam um jovem e alegre dançarino para ir às festas dançar e ser felizes. E outras coisas mais.Vale então esta minha advertência aos “machos” que ainda pensam assim e não sabem que estão perdendo muitos anos de vida com qualidade. Por isso minha atual e frequente conclamação: machos copiem as mulheres (nesse bom sentido, claro) e vivam mais anos com satisfação e felicidade. Eu sempre brinco e digo nas minhas palestras, conferências, programas de rádio: Eu estou cada vez mais feminino. E elas adoram quando ouvem isso.
* Artigo publicado em 16.04.2010 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor.