Quando Yasser Arafat, então presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), discursou pela primeira vez durante uma sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ele enfatizou que levava consigo uma metralhadora numa mão e um ramo de oliveira na outra. Ele gostaria e estava decido a esquecer a metralhadora e usar somente o ramo de oliveira. Porém não dependia dele, mas sim da ONU, ser obrigado a jogar fora o ramo de oliveira e ser obrigado a utilizar a metralhadora.

Essa declaração do líder palestino tocou fundo no coração e mentes dos amantes da paz em todo o mundo. Contudo foi rotundamente ignorado pelo imperialismo, notadamente o norte-americano, que até hoje, a soldo do nazisionismo, continua tentando impedir que o heróico povo palestino tenha o inalienável e sagrado direito à justiça, à liberdade e à paz, e possa, enfim, ter assegurado o seu tão sonhado Estado.

É inconcebível, sob todos os ângulos, que o nazisionismo continue perpetrando as atrocidades contra o povo palestino que acontecem há mais de 60 anos, em especial contra crianças, mulheres e idosos. Pior, destruindo hospitais, escolas, estradas e reservatórios de água, um bem mais que precioso naquela desértica região. Outro crime perpetrado pelo Estado terrorista de Israel contra os palestinos é o bloqueio de alimentos e até de remédios, semelhante ao que o imperialismo norte-americano faz com relação a Cuba. O constante genocídio, notadamente na Faixa de Gaza, tem sido condenado pelos democratas e amantes da paz de todo o mundo, mas nenhuma sanção é imposta ais criminosos.

Ontem, ao abrir a 66ª Assembleia Geral da ONU, a presidenta Dilma Rousseff encheu-nos de orgulho de ser brasileiros, aumentando a nossa autoestima. Ela – que é a primeira mulher na história a abrir a Assembleia Geral – deu as boas vindas ao Sudão do Sul como o 193º Estado membro e afirmou que o Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para o seu desenvolvimento soberano.  No entanto lamentou não poder  saudar, daquela tribuna, o ingresso pleno da Palestina na ONU.

Nossa Presidenta lembrou que o Brasil já reconhece o Estado palestino como tal e, o mais importante, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Frisou ainda que, “assim como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título”. Dilma Rousseff externou não só a posição do Brasil, mas da maioria dos países ali representados, tanto que foi aplaudida pela plateia.

Na sexta-feira 23 de setembro, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, solicitou o reconhecimento do Estado palestino pela Assembléia Geral da ONU. É certo que a esmagadora maioria dos 193 Estados membros apoiará a justa reivindicação palestina. Todavia também é certo que os Estados Unidos usem o seu poder de veto para impedir que a justiça seja feita e a paz possa reinar naquela conturbada região. Afinal, como Estado terrorista, os Estados Unidos fogem da paz como o diabo foge da cruz. Não é à toa que os imperialistas estadunidenses mantêm mais de 860 bases militares em todo o mundo fomentando a guerra.

A eleição de um negro, filho de africano, que tanta promessa fez durante a sua campanha eleitoral em defesa da justiça e da paz, foi saudada pela consciência democrática mundial. No entanto tem vergonhosamente decepcionado a todos, revelando-se mais um tirado a levar o terror e a morte a todos os continentes, em especial ao Norte da África e ao Oriente Médio.

Barack Obama prometeu fechar a base de Guantánamo – pedaço do território cubano roubado pelos Estados Unidos – onde centenas de suspeitos de terrorismo continuam sendo barbaramente torturados, sem direito à defesa, e sequer poder dormir. Porém até o momento nada fez; acenou com o fim do criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial a Cuba, e no entanto fez foi recrudescer essa ignomínia.

A política belicista ianque é o maior empecilho à paz mundial e por isso mesmo os Estados Unidos continuam sendo odiados em todo o mundo, se sujeitando a atos terroristas como o de 11 de setembro de 2001. Quanto mais os Estados Unidos apóiam o nazisionismo e seus crimes contra os palestinos, mais ódio atrai para si, principalmente dos povos daquela região.

Os democratas e amantes da paz em todo o mundo exigem que a Organização das Nações Unidas reconheçam o Estado da Palestina e o inclua como o seu 194º membro.

Messias Pontes é Jornalista – messiaspontes@gmail.com

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