Parece história das Mil e Uma Noites. Ao invés de um grito de “Abra-te Sésamo”, um clique no mouse. Ou um toque na tela de um gadget wireless qualquer conectado na internet. Em um único dia a loja virtual de vendas chinesa Alibaba vendeu US 9 bilhões . Aproximadamente 43% de todas as vendas foram de aparelhos móveis com conexão na net. O perfil do varejo no Brasil e no mundo está sendo redesenhado com as lojas virtuais. Os medos antigos como clonagem de cartões de créditos, não entrega de mercadorias, baixa qualidade dos produtos comprados, caíram por terra. Em breve esses varejistas vão entregar as compras com drones, como promete a Amazon. Essas transformações estão no bojo do capitalismo informacional turbinado com as novas tecnologias e o acesso a internet.


Secos e Molhados virou apenas um conjunto musical. As pequenas lojas do interior que vendiam de tudo, como verdadeiros supermercados caipiras sumiram. As ruas com lojas especializadas em determinados produtos, estão se transformando em um verdadeiro shopping a céu aberto. As ruas dos lustres, das peças de carros, ferramentas, tecidos, motores de toda ordem, definham. As lojas mais robustas abandonam o comércio de rua e partem de mala e cuia para os shoppings revestidos de marketing e contratos leoninos. Não bastasse toda essa mudança as lojas virtuais estão em todo smartphones com seus aplicativos coloridos. Compre, compre, compre dizem toda vez que o aparelho é ligado.

 

Nenhum dos teóricos do capitalismo imaginou que a internet poderia virar também o comércio varejista de cabeça para baixo. O velho catálogo impresso ou eletrônico sumiu. Do outro lado do balcão, ou melhor da tela, está um consumidor cada vez mais exigente, atento às novas tecnologias e conectado. Ficou desnecessário fazer uma “tomada de preços “, de loja em loja, antes de comprar um eletrodoméstico. Basta um ou dois cliques e uma comparação de preços e produtos salta aos olhos. A concorrência entre os vendedores também de acirrou e muitos não aguentaram. Foram tragados pelos bits e bytes. Nunca mais vai faltar mercadoria no estoque. Os computadores não permitem. A figura do velho comerciante, com o lápis atrás da orelha, cabelos brancos, óculos de lentes grossas e voz de locutor deu lugar para um sucessor do pré histórico  Hal 9000.

* Heródoto Barbeiro – é escritor e jornalista da RecordNews e R7.com – herodoto@r7.com

Artigo publicado no blog do autor (noticias.r7.com/blogs/herodoto-barbeiro) e reproduzido neste site com sua autorização

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