Certa vez, o grande pacifista Mahatma Gandi defendeu a ideia  que não existia um caminho para a paz, pois a paz era o próprio caminho. Com isso, certamente estava nos alertando  para a necessidade de redirecionarmos nosso olhar para as verdades mais simples da vida, valorizando as obviedades que nos empoderam como legítimos construtores de nossos próprios caminhos. Dessa forma,  sinalizou magistralmente que somos semeadores de nossos destinos e que colhemos exatamente aquilo que plantamos. Quando plantamos paz, colhemos paz, mas quando plantamos desamor e indiferença, colhemos os frutos amargos da violência.


Nesse sentido, quanto mais procuramos solucionar o problema da violência por meio de complexas estratégias, mais nos deparamos com uma inquietante realidade: a violência continua crescendo, seguindo um ritmo diretamente proporcional ao aumento de nossas hipocrisias e de nossas incoerências atitudinais e sociais.


Mesmo assim, permanecemos presos à zona de conforto de velhos paradigmas conceituais e sem nenhuma humildade frente à fragilidade de nossa cultura repressiva.


Por isso, acredito que o mais estratégico combate à violência deve ser ancorado não nas macro-intervenções que nos dispersam, mas nas microdimensões que nos aproximam: nas relações humanas cotidianas,  na reposição  do real sentido de prosperidade( trazido de volta do “Ter” para o “Ser”), na força dos pequenos gestos e no resgate aos valores universais e intangíveis do amor, da bondade, da caridade, das gentilezas e  do perdão.

 

Só assim, balizados pela simplicidade e pela força da prevenção a partir dos nossos corações e mentes,  estaremos proporcionando  a nós  e aos nossos filhos as verdadeiras e mais efetivas blindagens contra as várias faces da violência e do crime.


Bernardo Antonio Aguiar Caetano/ Cap PM – bernardoaguiar@ig.com.br

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