Na prática de nossa vida, as pessoas entendem “consciência” como a responsável pelo conhecimento de nossos atos e constitui como que apenas uma “análise crítica” do que fazemos. Mas ela tem uma importância muito maior e constitui uma dimensão da vida que perdemos muito quando não sabemos utilizá-la nos seus “poderes e capacidades” para a melhoria e engrandecimento de nossa vida.
Constitui a total diferenciação entre o homem e os animais.
Somente o homem tem consciência de seus atos e pode valorizá-los, modificá-los e utilizá-los para o bem e para o mal e isto ocorre pela existência da nossa córtex cerebral que os animais não possuem. Por isso alguns pesquisadores afirmam que, depois da qualidade e da quantidade, a dimensão mais importante de vida na prática diária é a consciência. E elas estão intimamente vinculadas.
A chamada “consciência objetiva” nos possibilita que os fenômenos sejam conhecidos e manipulados pelo indivíduo e principalmente representada pelos verbos amar, ser, querer, ter, fazer, etc, e a “consciência subjetiva” consiste na capacidade que temos de perceber, conceituar, representar, etc. A junção das duas consciências dão uma enorme importância para a nossa vida. Querer uma coisa e usar a força da consciência para alcançá-la é a maneira correta e possível que devemos e podemos utilizar.
“Eu quero aquele carro!” “Quero aquela casa!” “Eu vou mudar meus hábitos apesar das dificuldades!” “Sei o quanto será difícil, mas vou ser aprovado nesse concurso!” “Eu serei presidente da República!”
E conseguimos. E muitas coisas mais podemos fazer, utilizando a força de nossa consciência. O mecanismo como isso ocorre ainda não tem uma completa explicação dos estudiosos no assunto: psicólogos, biólogos, endocrinólogos, psiquiatras, neurologistas, etc.
A explicação mais provável estaria na possibilidade que temos de poder atuar nos nossos próprios neurotransmissores nos seus diferentes tipos: noradrenalina, serotonina, dopamina, dopa, acetilcolina, neuropeptídios, etc., e assim nos dando a aceitação dos fatos, tranquilidade no seus manejos, força para continuar atuando frente aos problemas, valorizando ou não os
diferentes novos fatos, etc.
Outros afirmam que o mecanismo é muito diferente e não teria o papel tão importante dos neurotransmissores. Tudo indica que a explicação não esteja circunscrita à nenhuma área cerebral específica, mas se espalhe difusamente pelo celebro.
Mas seja como for, vamos tentar utilizar a nossa consciência? Vamos buscar utilizar o seu valor nas mudanças necessárias de nosso comportamento? Vamos nos olhar no espelho todas as manhãs e dizer “Eu sou lindo!”. Uma coisa temos já a certeza.
Ficaremos lindos, pelo menos para nós mesmos.
E é o que mais interessa, não?
* Artigo publicado em 03.11.2010 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor.
Antero Coelho Neto é Médico, professor e presidente da Academia Cearense de Medicina – acoelho@secrel.com.br