A foto de uma mulher desesperada ao lado da bandeira do Brasil, que segurava pelas pontas, tornou-se o símbolo de uma tragédia recente: a morte de cinco jovens em Costa Barros, na zona norte do Rio, na noite de 28 de novembro de 2015. As cinco vítimas, que voltavam de uma comemoração, entraram para uma lista que não para de aumentar: a de assassinatos de jovens negros no País. Em 2012, das 56 mil pessoas mortas no Brasil, 30 mil tinham entre 15 e 29 anos. Desse total, 77% eram negros.   


É neste contexto que o Fundo Brasil de Direitos Humanos lançou o edital “Juntos/as contra a violência que mata a juventude brasileira”, com inscrições abertas até o dia 26 de fevereiro. A fundação vai doar até R$ 560 mil a projetos que tenham como foco a juventude no enfrentamento à violência, principalmente a juventude negra. Cada grupo selecionado receberá uma doação de até R$ 40 mil para o período máximo de um ano.

 
Protagonismo

Lançado em formato de história em quadrinhos, o edital tem como foco o fato de ser fundamental criar condições para que os jovens sejam os principais sujeitos no enfrentamento à violência que os atinge. “Quando cinco negros são mortos na periferia, mesmo que sejam inocentes, há a presunção de que eles são culpados e mereciam aquilo”, analisa o antropólogo Osmundo Pinho, professor da Universidade do Recôncavo da Bahia.

 

Jânio Silva, 21 anos, ativista do Fejunes (Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo), descobriu na militância uma forma de enfrentar o preconceito que o deixava sem respostas na infância e na adolescência. “Ouvir o rap dos Racionais me ajudou a ter um pensamento crítico”, conta. O rap ajudou, mas Jânio encontrou a própria identidade ao combater o extermínio da juventude negra. Está no Fejunes desde 2013. “Essa participação mudou a questão do empoderamento. Percebi que há formas de enfrentar a repressão”, diz.

 

Realizada pelo Fejunes, a Campanha Estadual contra o Extermínio da Juventude Negra” foi apoiada pelo Fundo Brasil em 2008, 2009 e 2014, com o objetivo de mobilizar a juventude negra e a sociedade para a consolidação dos processos políticos de resistência.  “O Brasil é uma sociedade marcada pelo racismo, tem a marca histórica e trágica da escravidão. Vemos situações inadmissíveis, como o massacre dos cinco jovens em Costa Barros”, diz Jorge Eduardo Durão, diretor presidente do Fundo Brasil.

 

Para Jorge, a sociedade brasileira tem a obrigação de se erguer contra o extermínio da juventude negra. De acordo com o ativista, para os moradores das favelas os direitos humanos significam direito à vida. “É poder amanhecer”, reforça.

 
Fundo Brasil

O objetivo do Fundo Brasil é promover os direitos humanos e sensibilizar a sociedade para que apoie iniciativas capazes de gerar novos caminhos e mudanças significativas para o País.

 

A fundação disponibiliza recursos para o apoio institucional e para atividades de organizações da sociedade civil e de defensores de direitos humanos em todo o território nacional. Em quase dez anos, já destinou R$ 11,7 milhões a cerca de 300 projetos em todas as regiões do país. Além da doação de recursos, os projetos selecionados são apoiados por meio de atividades de formação e visitas de monitoramento.

 
Editais

As informações sobre como apresentar propostas e os critérios de seleção dos editais estão disponíveis no site do Fundo Brasil.

 

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Com informações do Fundo Brasil

 

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