Haverá, sempre, no percurso das entidades que se criam para congregar categorias profissionais, alguém ou um grupo de pessoas a elas vinculadas, que tomam para si a missão, o ofício de torná-las mobilizadoras em torno de objetivos e de sonhos, com um só intento: não deixá-las ao léu, à toa. E, nesse passo, em meio a embates, em meio a conquistas, consolidam-se exemplos e se tece solidariamente uma história.

Assim vejo uma parte da história da Associação Cearense de Imprensa ao longo dos seus 84 anos, completados a l4 de julho. Pois o tempo maior da sua existência é marcado pelo irrecusável compromisso com a afirmação da entidade, através da sua atuação nas várias frentes de luta em prol dos interesses maiores do Ceará, nos momentos de defesa irrestrita dos jornalistas e de sua atividade, dispensando-lhes, inclusive, valiosa assistência social.

Não há por que fazer rodeios: houve tempo para omissões e discórdias e hostilidades, com inegáveis danos à imagem da entidade. Como se fossem desafios a inspirar respostas e reações, ressurgia a ACI, percorrendo novos caminhos.

E esses novos caminhos, abertos, seguidos e defendidos por dirigentes ciosos das finalidades da associação, foram o alicerce definitivo para a construção do forte vínculo da ACI com o Ceará, particularmente, com a cidade de Fortaleza, e com o desempenho dos profissionais a ela filiados ou não.

Nessa caminhada, já extensa, com um olhar no centenário, a Associação Cearense de Imprensa passa a lidar, hoje, com um imperativo que diante dela se coloca, o de se preparar para a sua reinserção no meio social. Entidade que esteve na vanguarda de iniciativas que contribuíram para mobilização cultural em Fortaleza, como está documentado em sua história; que abriu sua sede disponibilizando espaços para manifestação das mais diferenciadas correntes de opinião; que sempre foi acolhedora dos movimentos sociais, nas suas lutas e campanhas, não tem motivos para esmorecer, aquietando-se a contemplar o que foi feito. Tem que recompor seu vigor, olhando o passado como o fiador da sua presença no futuro, que se faz a cada dia.

Na verdade, nos desafios de hoje permeiam, como estímulo, as ações desencadeadas com eficácia por tantos quantos passaram pela condução da entidade e que souberam, com os companheiros de diretoria e do Conselho Superior, honrar a sua destinação. Homens e mulheres, em cargos de direção ou mesmo a uma certa distância, que souberam dar à ACI o valor que ela tem, servindo-a. Homens e mulheres que hoje se compenetram nesse servir, simplesmente porque estão cientes de que vale a pena a missão e que mesmo hoje é possível ter ideais e semear sonhos.

* Artigo publicado em 28.07.09 no jornal O Povo e reproduzido neste site com autorização do autor. 

Ivonete Maia
– Jornalista. Presidente da Associação Cearense de Imprensa (ACI) e ouvidora da reitoria da UFC
ivonetemaia@hotmail.com

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